Pandemia continua a avançar na América Latina, enquanto UE planeja reabrir fronteiras

São Paulo reabriu parcialmente seus comércios na quarta-feira. E os shopping centers devem reabrir nesta quinta, às vésperas do Dia dos Namorados.

Uma mulher mascarada em frente à Torre Eiffel, 11 de maio de 2020 em Paris

© XAVIER GALIANA Mural em homenagem aos trabalhadores da linha de frente durante a pandemia de coronavírus em Nova Délhi, em 11 de junho de 2020

TNM/AFP

Setenta mil mortos na América Latina e no Caribe e dois milhões de infectados nos Estados Unidos: a pandemia de coronavírus superou novos patamares no continente americano, enquanto a Comissão Europeia fez recomendações sobre o levantamento das restrições em suas fronteiras.

Mural em homenagem aos trabalhadores da linha de frente durante a pandemia de coronavírus em Nova Délhi, em 11 de junho de 2020

Das quase 1,5 milhão de pessoas infectadas na região que se estende do México à Terra do Fogo, passando pelas ilhas do Caribe, 71.104 morreram, incluindo cerca de 40.000 no Brasil, o terceiro país mais enlutado do mundo.

São Paulo reabriu parcialmente seus comércios na quarta-feira. E os shopping centers devem reabrir nesta quinta, às vésperas do Dia dos Namorados.

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No Rio de Janeiro, o prefeito confirmou a abertura dos shopping centers nesta quinta-feira, enquanto vários especialistas consideram a reabertura de centros comerciais precipitada, e a curva da pandemia continua subindo no país.
Paciente com COVID-19 aguardando transferência para um hospital em Breves, Brasil, 10 de junho de 2020
© TARSO SARRAF Paciente com COVID-19 aguardando transferência para um hospital em Breves, Brasil, 10 de junho de 2020

O México, o segundo país latino-americano mais atingido, superou as 15.000 mortes na quarta-feira.
Na Colômbia, no entanto, o coronavírus trouxe fama e renda a Nubia Gaona e seus filhos, uma família de agricultores que vivia em situação de pobreza antes de compartilhar no YouTube dicas simples para moradores de cidades confinadas.

Como plantar hortelã ou cebola, criar um jardim vertical, domesticar um porco ou preparar doce de leite… Suas ideias foram compartilhadas dezenas de milhares de vezes desde maio.
“Vamos ajudar todas as famílias de agricultores. Já começamos com duas famílias que vendem seus produtos através de nossa cadeia”, comemora David, 14 anos, determinado a evitar intermediários.

– Corte de empregos –
Em todo o mundo, a COVID-19 matou mais de 414.000 pessoas e infectou mais de 7,3 milhões. Dados oficiais provavelmente inferiores à realidade, de acordo com a comunidade científica.

A Rússia superou nesta quinta os 500.000 casos, apesar de ter iniciado um retorno gradual à vida normal, com o fim do confinamento em Moscou e a reabertura de fronteiras.

Os Estados Unidos são o país mais afetado: esta madrugada superou o marco de 2 milhões de infectados e já contabiliza 112.900 mortes.
O país continua registrando cerca de 20.000 novos casos de coronavírus todos os dias e luta para fazer a curvar diminuir.

As praias de Miami, no entanto, reabriram na quarta-feira após quase três meses de fechamento. Mas levará tempo para que os sete milhões de turistas anuais de Miami Beach retornem.

De maneira mais geral, a economia americana experimentará uma recessão de 6,5% este ano, de acordo com novas estimativas do Banco Central americano (Fed) divulgadas na quarta-feira.

Globalmente, a recessão será de pelo menos 6%, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em uma nota publicada nesta quinta, a OCDE também estima que essa recessão poderia prejudicar de forma duradoura as rotas migratórias, em particular colocando um fim à imigração econômica em países ricos.

A crise da saúde deixou milhões de desempregados e os anúncios de cortes de empregos continuam.
Hoje, o grupo aéreo alemão Lufthansa anunciou sua intenção de suprimir 22.000 empregos em todo o mundo, ou 16% de sua força de trabalho.

Já a fornecedora britânica de energia Centrica anunciou que deseja cortar 5.000 empregos.

– Torre Eiffel em 25 de junho –

Na Europa, onde as mortes estão caindo, a Comissão Europeia recomendou nesta quinta-feira a reabertura das fronteiras externas da UE a partir de 1º de julho para viajantes dos Bálcãs Ocidentais e instou os Estados-membros a concordarem com uma lista de países terceiros para os quais as restrições também seriam levantadas.

O Executivo europeu também é a favor de suspender todas as restrições às fronteiras intra-europeias em 15 de junho.
Enquanto isso, o desconfinamento continua no Velho Continente. Em Paris, a Torre Eiffel será reaberta em 25 de junho com o uso de máscara obrigatória e número limitado de visitantes.

Na Espanha, que registra mais de 27.000 mortes, o Campeonato de Futebol recomeçou na quarta-feira, após três meses de interrupção. No país, a máscara permanecerá obrigatória, sob pena de multa.
A perspectiva parece mais sombria na Índia, onde médicos exaustos temem que a crise da saúde esteja apenas começando.

“Não sabemos quando o pico ocorrerá”, disse à AFP o Dr. Deven Juneja do Max Smart Super Specialty Hospital em Nova Délhi. “Todos esperamos o melhor, mas nos preparamos mental e fisicamente para o pior”.

O país iniciou seu desconfinamento, mas 10.000 novos casos ainda são confirmados todos os dias, com um total de mais de 275.000 infecções até o momento.

Se a China, primeiro país afetado pelo novo coronavírus, está gradualmente se recuperando, milhões de pessoas perderam seus empregos e, para sobreviver, os mais vulneráveis improvisam como vendedores ambulantes, oferecendo refeições preparadas, roupas íntimas, brinquedos ou até… coelhinhos vivos.
Como Wang Zhipin, de 72 anos, instalado em uma passagem subterrânea em Pequim e que procura desesperadamente clientes para suas meias.
“Os negócios não são muito bons”, diz o idoso, ex-trabalhador de manutenção da província central de Henan. “Não tenho outra fonte de renda e minha saúde é muito ruim para continuar limpando o chão”.

Na Tailândia, mil elefantes em risco de fome fugiram dos campos abandonados pelos turistas e retornaram à sua aldeia natal e dezenas ainda estão nas estradas.

Uma onda migratória sem precedentes e cheia de riscos para os paquidermes, porque as vastas florestas que cercavam a região foram derrubadas para dar espaço ao cultivo de milho e não há o suficiente para atender às necessidades de um rebanho tão grande.
burx-oaa/jhd/mr

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