Papa diz que mundo não precisa de ‘promessas impossíveis’

Não precisamos de manifestações milagrosas, mas de vidas que manifestam o milagre do amor de Deus. Não de potência, mas de coerência. Não de palavras, mas de orações. Não de discursos, mas de serviço", disse aos presentes no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.

Papa Francisco celebrou missa de São Paulo e São Pedro nesta segunda-feira
© Ansa Brasil Papa Francisco celebrou missa de São Paulo e São Pedro nesta segunda-feira
(ANSA) – O papa Francisco fez uma dura homilia nesta segunda-feira (29), durante a tradicional missa de São Paulo e São Pedro, e disse que o mundo não precisa de pessoas que falem e “prometam o impossível”.

TM/ANSA
“Hoje, nós temos a necessidade de profecias, mas de profecias verdades: não de charlatões que prometam o impossível, mas de testemunhos que mostrem que o Evangelho é possível.

Não precisamos de manifestações milagrosas, mas de vidas que manifestam o milagre do amor de Deus. Não de potência, mas de coerência. Não de palavras, mas de orações. Não de discursos, mas de serviço”, disse aos presentes no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.

Segundo Francisco, o mundo não precisa de mais “teorias”, mas sim de “testemunhos”, com pessoas que saibam a importância de “amar os pobres”, cuidar dos outros e que não se preocupem em ficar “bem com Deus e o diabo”. “Nós temos a necessidade da alegria, que o mundo verá”, acrescentou.

Pregando união entre os religiosos e os fiéis, o Pontífice destacou que os primeiros cristãos “não ficavam fofocando” sobre Pedro, o primeiro papa da Igreja Católica, “mas rezavam por ele”.
“Não ficavam falando pelas costas, mas falavam com Deus. E nós hoje podemos nos pedir: ‘Protegemos a nossa unidade com a oração? Rezamos uns pelos outros? O que aconteceria se rezássemos mais e se murmurássemos menos?’. Peçamos a graça de saber rezar uns pelos outros”, afirmou ainda.

Entre as missões dadas pelo líder católico, está a de rezar pelos governantes – mesmo que se pense de maneira diferente.
“São Paulo exortava os cristãos a rezar para todos e também para quem governa. É um dever que o Senhor lhes confia. Nós fazemos isso? Ou só falamos, insultamos e chega? Deus espera que quando rezamos, nós lembremos também de quem não pensa como nós, de quem nos fechou a porta na cara, de quem sofremos a perdoar”, ressaltou.

Para o Papa, todos nós estamos acostumados a insultar os responsáveis pelo governo “com adjetivos que são muitos, mas que não vou ficar citando aqui porque esse não é o momento para falar os adjetivos que se dizem contra eles”.

O líder da Igreja Católica ressaltou ainda que é “inútil e entediante” ver cristãos que “ficam se lamentando sobre o mundo, sobre a sociedade, sobre o que não funciona” porque isso “não muda nada”.
A tradicional cerimônia de São Pedro e São Paulo conta ainda coma bênção dos pálios, o colarinho de lã branca que simboliza a união entre os bispos e a igreja de Roma, e que serão entregues para os arcebispos nomeados durante o ano de 2019.

Por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o número de religiosos que participou da missa foi limitada e nem todos os que devem receber o artefato foram ao Vaticano. Segundo a Santa Sé, cerca de 90 religiosos participaram da cerimônia. (ANSA)

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