“Nós, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central do Brasil, defendemos que critérios de redução das emissões e do estoque de gases de efeito estufa na atmosfera, e de resiliência aos impactos da mudança do clima sejam integrados à gestão da política econômica. Esses critérios já são, e serão cada vez mais, baseados em tecnologias compatíveis com o aumento da produtividade da nossa economia, a geração de empregos e a redução da desigualdade no Brasil”, afirma a carta, coordenada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pelo Instituto O Mundo Que Queremos.
Na avaliação dos economistas signatários da carta, a saída da crise pós-covid-19 oferece as oportunidades para essa guinada ambiental na economia, com investimentos públicos e privados nessa direção. Eles lembram as vantagens comparativas do Brasil na área e recomendam a eliminação de subsídios a combustíveis fósseis, a emissão criteriosa de ativos financeiros verdes, a mobilização de fontes de financiamento provado para iniciativas de mitigação e a ampliação da cooperação internacional.
Entre os signatários estão os ex-ministros da Fazenda: Luiz Carlos Bresser-Pereira (1987), Maílson da Nóbrega (1987-1990), Zélia Cardoso de Mello (1990-1991), Marcílio Marques Moreira (1991-1992), Gustavo Krause (1992), Fernando Henrique Cardoso (1993-1994, depois presidente da República entre 1995 e 2002), Rubens Ricupero (1994), Pedro Malan (1995-2003, também presidiu o BC entre 1993 e 1994), Joaquim Levy (2015), Nelson Barbosa (2015-2016), Henrique Meirelles (2016-2018, também presidiu o BC entre 2003 e 2011) e Eduardo Guardia (2018).
Entre os ex-presidentes do Banco Central que assinaram a carta estão Gustavo Loyola (1992-1993 e 1995-1997), Pérsio Arida (1995), Armínio Fraga (1999-2003), Alexandre Tombini (2011-2016) e Ilan Goldfajn (2016-2019).