‘Não há fila para o que não presta. Não estamos mais na Idade Média’, diz governador sobre negacionismo

Vacinação contra a Covid-19 iniciada em Alagoas, começa-se uma luta de convencimento de uma parcela da população que insiste em considerar fake news e boatos e não tomar a vacina.

Vacinação contra a Covid-19 iniciada em Alagoas, começa-se uma luta de convencimento de uma parcela da população que insiste em considerar fake news e boatos e não tomar a vacina.
TNM/TNH1

Mesmo sendo pequeno, o grupo pode prejudicar o avanço da chamada “imunidade de rebanho”, quando um índice alto da população desenvolve imunidade ao vírus, nesse caso, por meio da vacina.

Perguntado pela imprensa sobre o que tem a dizer a essas pessoas, o governador Renan Filho (MDB) defendeu a ciência e classificou o negacionaismo como um pensamento medieval.

“Não há fila para o que não presta, só há fila para o que funciona. Não acreditar na vacina é não acreditar na ciência. Negacionismo não dá mais no século 21, ninguém vive mais na Idade Média, onde tinha gente que dizia ‘não tome remédio que você vai morrer’, ‘não vá ao médico’.

Isso acabou há muito tempo. Lá atrás, quando a ciência começou a evoluir, até pessoas foram queimadas quando diziam o que o outros não queriam ouvir. Hoje isso não tem mais espaço”, disparou o governador, em entrevista no Hospital Metropolitano, onde foi lançadada oficialmente a campanha de imunização no estado.

Renan Filho lembrou que o momento não é de negar, mas de imunizar a população.

“Quero dizer o que me tranquiliza com relação a essa parcela menor de quem tem dúvidas em relação às vacinas, é que daqui a pouco vocês [a imprensa] vão começar a divulgar a imunização, fulano tá imune, não pega mais. Profissionais de saúde imunes, índios não se hospitalizam mais. O importante no Brasil não é isso agora, é quando vamos ter a vacina para imunizar nosso povo”.

O governador defendeu a criação de leis que proíbem o negacionismo

“Realmente tem que aprovar leis de direito. Mas já tem ‘leis que proíbem’  o negacionismo. A lei da física, a lei da química, a lei da vida, que é contada especialmente pelos mais velhos. Isso aí, cara, vai cair por terra. Porque nada se sustenta se não embasado na verdade.

Obviamente como a gente vive um sistema de direitos, de normas consuetudinário, que coloca os costumes das pessoas sempre sendo atualizados quando necessário, é importante que a gente atualize a legislação neste sentido para garantir que, cada vez menos, a gente encontre pessoas tentando fazer política, vencer eleições justamente na contramão que a humanidade prega com o caminho correto, ou de maneira estreita, que não respeita a diferença de gênero, de raça, a diversidade, não ouve a ciência. Isso tem que acabar, isso ninguém aguenta mais”, disse.

Renan Filho ainda fez críticas ao Governo Federal, no comando das ações de combate à Covid-19, ao ser perguntado se Jair Bolsonaro contribuiu para o negacionismo.

“Sim, ontem a gente viu isso. Por exemplo, cloroquina é um exemplo disso e vários casos. Vocês sabem todos os exemplos, eu não preciso ficar citando isso aqui. Mas certamente o próprio ministro ontem negou que tivesse prescrito ou incentivado o uso de cloroquina, mas há um documento do Ministério da Saúde dizendo que deveria se utilizar a cloroquina em tratamento precoce.

Todo mundo recebeu, aliás, recebemos até o remédio. Em determinado momento eles mandaram remédio em grande aquisição. Mas essa discussão vai ser vencida. O fato é que as pessoas estão esperando a vacina, esperando ter uma vida normal novamente. Isso vai se impor, isso vai se garantir nos próximos meses no Brasil”. afirmou Renan Filho.

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