Enfermeira que recusou tomar vacina da China morre por reinfecção da covid-19

Mesmo tendo direito a ser vacinada por ser profissional de saúde, ela havia se recusado a tomar a primeira dose da CoronaVac por apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é contra o imunizante fabricado pela farmacêutica chinesa
TNM/Redação Hypeness
Mesmo tendo direito a ser vacinada por ser profissional de saúde, ela havia se recusado a tomar a primeira dose da CoronaVac por apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é contra o imunizante fabricado pela farmacêutica chinesa. Priscila era funcionária do Complexo Hospitalar Manoel Andre (CHAMA) e usava sua página do Facebook para publicar mentiras ditas por Jair Bolsonaro sobre a vacina. O presidente, mesmo sem prova alguma, se disse contra a CoronaVac pelo simples fato do imunizante ser fabricado na China.– William Bonner chama de ‘loucos’ negacionistas da pandemia de covid-19: ‘Mentiras absurdas’

© Foto: Reprodução / Facebook

Enfermeira acreditou em mentiras de Bolsonaro sobre CoronaVac

A enfermeira de 35 anos já havia sido infectada pela covid-19 e, portanto, tinha certeza que não pegaria a doença novamente. Importante ressaltar que pesquisas sobre reinfecção ainda estão em andamento no Brasil e não há nada que garanta imunidade para os que já tiveram o vírus.

Priscila Veríssimo foi demitida do hospital onde trabalhava por se negar a receber a primeira dose da vacina. A enfermeira contraiu a covid-19 novamente há poucos dias e morreu na quarta-feira (24) por complicações provocadas pelo novo coronavírus. Ela deixa um filho de dois anos. O Complexo Hospitalar Manoel Andre (CHAMA) não se pronunciou sobre o falecimento da ex-funcionária.

O Brasil vacinou por volta de 3% da população em quase dois meses de imunização. O número é muito baixo para um país de 210 milhões de habitantes e que já perdeu cerca de 250 mil pessoas para a covid-19 em apenas um ano. Por isso, a vacina é a única saída para a maior crise sanitária da história da humanidade.

“Eu tenho me perguntado muito: qual é o valor da vida no Brasil? Que valor os políticos dão para a vida do cidadão se não fecham as atividades num lugar com 100% de ocupação dos leitos? Ter que preservar a economia é não só uma falsidade econômica como demonstra completa falta de empatia com a vida das pessoas. O que mais me assusta é o pouco valor à vida. Os políticos são o primeiro componente, mas a sociedade também. Porque, quando alguém vai a uma festa clandestina de fim de ano, de carnaval, se aglomera numa balada ou à beira do campo de futebol, não compromete só sua saúde, mas a vida dos seus familiares, seus vizinhos e das pessoas que nem conhece. Nossa sociedade em algum momento perdeu a conexão com o quão irreparável é a vida”, disse ao jornal O Globo o médico e neurocientista Miguel Nicolelis.

 

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