STF marca para quinta julgamento da denúncia contra deputado Daniel Silveira

STF marca para quinta julgamento da denúncia contra deputado Daniel Silveira

Julgamento foi marcado após o relator, ministro Alexandre de Moraes, pedir análise da ação pelo plenário. Silveira foi preso após divulgar vídeo em que defende o AI-5

O julgamento foi marcado pelo presidente da Corte, Luiz Fux, após o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, pedir a imediata inclusão do processo para análise do plenário.

Se o plenário de Supremo aceitar a denúncia, o deputado se tornará réu.

Silveira foi preso no dia 16 de fevereiro após divulgar na internet vídeo em que ele defende o AI-5 – o instrumento mais duro da ditadura militar – e a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o que é inconstitucional.

A prisão foi ordenada por Moraes e confirmada pelo plenário do Supremo. Em 19 de fevereiro, a Câmara também referendou a prisão.

Logo após a prisão, a Procuradoria-geral da República denunciou o deputado ao próprio Supremo. A denúncia foi feita no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, que apura a organização e o financiamento de atos que defendem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Os procuradores avaliaram que, depois do vídeo, já existiam elementos suficientes para denunciar o deputado Daniel Silveira por crimes como:

praticar agressões verbais e ameaças contra os ministros da Corte para favorecer interesse próprio;

estimular o uso de violência para tentar impedir o livre exercício dos poderes Legislativo e Judiciário;

incitar a animosidade entre as forças armadas e o STF.

Esses crimes estão previstos no Código Penal e na Lei de Segurança Nacional.

A acusação ainda cita outros dois momentos, em novembro e dezembro de 2020, em que o deputado divulgou mensagens com apologia à ditadura e à atuação das forças armadas contra o STF.

Para a Procuradoria Geral da República, as declarações do deputado não estão protegidas pela imunidade parlamentar, ou seja, ele pode ser punido por elas.

Na denúncia, a PGR afirma que, desde que se tornou alvo de investigação, Daniel Silveira adotou como estratégia deliberada atacar ministros do Supremo com agressões verbais e graves ameaças – para intimidá-los, já que caberá ao tribunal julgar o deputado.

No documento, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, disse que “as expressões ultrapassam o mero excesso verbal, na medida em que atiçam seguidores e apoiadores do acusado em redes sociais, de cujo contingente humano, já decorreram até ataques físicos por fogos de artifício à sede do Supremo Tribunal Federal.”

O pedido de liberdade feito pela defesa do deputado e o parecer da PGR defendendo que Silveira deixe a prisão e use tornozeleira eletrônica também devem ser analisados na sessão de quinta.

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