Renan diz que Pazuello usa Exército como “biombo” para não depor na CPI

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19, disse neste sábado (8.mai.2021) que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, usa o Exército como “biombo” para não depor ao colegiado.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19, disse neste sábado (8.mai.2021) que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, usa o Exército como “biombo” para não depor ao colegiado.

TNM/Poder360

O depoimento de Pazuello é um dos mais aguardados na CPI. Estava marcado para 4ª feira (5.mai). O general, porém, não compareceu sob o argumento de que teve contato com pessoas contaminadas pelo coronavírus nos dias anteriores.

O senador falou em transmissão ao vivo do grupo de advogados Prerrogativas. Assista aqui.

O relator da comissão também disse que as Forças Armadas não são investigadas. “Quem precisa ter receito são os aliados da pandemia”.

Ele também declarou que os aliados do governo na CPI não têm acrescentado nada ao trabalho do colegiado e que utilizam uma estratégia errônea para defender o poder Executivo.

“De uma forma tosca começam a dizer que nós queremos transformar a CPI em palanque eleitoral quando continuam a obstruir os seus trabalhos”, afirmou Renan.

“Ora, na medida em que você dificulta o trabalho, vai levar a CPI para as proximidades da próxima eleição”, disse o senador. A CPI tem prazo inicial de 90 dias para encerrar seus trabalhos, mas pode haver prorrogação.

Os participantes da transmissão sugeriram a Renan que fosse ouvido a pesquisadora Deisy Ventura, da USP.

Ela é responsável por um estudo que apontaria Jair Bolsonaro como executor de uma política institucional de propagação do coronavírus. Renan disse que apresentaria requerimento para ouvi-la.

O senador disse que no momento não é possível responsabilizar o “o presidente da República” nem ninguém pela quantidade de mortes causadas pela pandemia.

Mas também declarou que: “Se o governo tivesse feito tudo certo certamente também nós não teríamos tido que conviver com esse morticínio todo, transformado o Brasil no cemitério do mundo”.

O governo federal não queria que a CPI fosse instalada. Houve determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para que o Senado instalasse a comissão.

Os governistas conseguiram, ao menos, incluir o uso de recursos repassados pela União a Estados e municípios no escopo de investigação.

Além da CPI da covid-19 a conversa teve críticas à operação Lava Jato, elogios à decisão do STF de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula elegível novamente, vídeos com participações do ex-presidente José Sarney (MDB) e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. E também protestos contra a ação que deixou 29 mortos no Rio de Janeiro nessa semana.

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