Integrantes da Universal em Angola se rebelaram contra a direção brasileira da igreja – fundada e liderada pelo bispo Edir Macedo – e divulgaram um manifesto que acusa o comando geral de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo. Pastores e bispos brasileiros estão sendo deportados do país africano, a última leva chegou em junho. Antes da viagem de Mourão, os bispos da Universal no Brasil chegaram a se queixar da falta de apoio do Ministério das Relações Exteriores nessa questão.
“O patrocínio que eles estão fazendo não é só um trânsito diplomático. O que é atribuído a Igreja Universal são crimes de evasão de divisas, sonegação de impostos e até racismo”, declarou o deputado Ivan Valente. O parlamentar do PSOL acusa o governo brasileiro de “interferir em outro Estado para defender interesses privados”. E completou: “Fora o problema que o Estado (brasileiro) é laico, não pode tratar de questões privadas e ideológicas em outro país”.
Para entender
Carta
Um grupo de pastores e bispos angolanos da Universal divulgou, em novembro de 2019, uma carta na qual acusou o comando da igreja naquele país, à época ocupado por brasileiros, de cometer crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa. O caso é apurado pelo MP local.
‘Expurgo’
Houve, ainda, acusações de racismo e de que pastores angolanos seriam forçados a fazer vasectomia. Além de enfrentar o expurgo de brasileiros do comando da igreja, a Record do país africano foi fechada sob a justificativa que a lei não permite que estrangeiros sejam donos de veículos de comunicação.
‘Mentiras’
Em nota divulgada em 2019, a Igreja Universal afirmou ser vítima de uma “rede de mentiras arquitetada por ex-pastores, desvinculados da instituição por desvio moral e de condutas até criminosas com o único objetivo de terem sua ganância saciada”.
‘Apelo’
Em julho do ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou carta escrita pelo pai e direcionada ao presidente de Angola. “Meu apelo a Vossa Excelência é para que se aumente a proteção de membros da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), a fim de garantir sua integridade física e material e a restituição de propriedades e moradias, enquanto prosseguem as deliberações nas instâncias pertinentes”, pediu Jair Bolsonaro.
Crise
Mesmo assim, a crise não arrefeceu e o país continua dando prosseguimento à deportação de missionários brasileiros da igreja. O caso mais recente ocorreu em junh