Depois de divulgar a informação falsa, ele chegou a dizer que não leria a matéria porque poderia ter “problemas” com a live. O YouTube e o Facebook removeram o vídeo por violar as diretrizes de desinformação sobre a covid-19.
Nesta 2ª feira (25.out), Bolsonaro responsabilizou a revista Exame pela informação falsa de que a vacina contra a covid-19 teria alguma relação com a aids.
“Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da Revista Exame. E 2 dias depois a Exame me acusa de ter feito fake news sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo. Se for pegar certos órgãos de impressa, são fábricas de fake news”, disse o chefe do Executivo nesta manhã em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul.
A matéria original sobre o assunto foi publicada em 20 de outubro de 2020 pela Exame. O texto foi atualizado nesta 2ª feira (25.out) para incluir no título que se trata de uma matéria de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fase de testes.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) já negou a relação da vacina com a transmissão do vírus da aids e reforçou a necessidade dos portadores da doença se vacinarem contra a covid-19.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou um requerimento para que a CPI da Covid encaminhe o caso ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das fake news.
O congressista afirma que “a democracia brasileira precisa urgentemente aprender a lidar com um PR [presidente da República] que comete crimes em série”.
Deputados do Psol e do PDT também pediram nesta 2ª para que o STF autorize uma investigação da declaração que associou as vacinas à possibilidade de desenvolver a aids.
Na notícia-crime, os congressistas afirmam que a fala de Bolsonaro “induz a população a não se vacinar”, configurando infração de medida sanitária preventiva. O presidente também teria cometido o crime de colocar a saúde de terceiros em risco. Eis a íntegra do pedido encaminhado ao Supremo (267 KB).