Aras também ordenou que as informações colhidas pela comissão do Senado sejam compartilhadas com procuradores responsáveis por processos relacionados à Covid.
O relatório final da CPI pede 81 indiciamentos, entre eles o do presidente Jair Bolsonaro, do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, do atual chefe da Pasta, Marcelo Queiroga, do ex-ministro das relações exteriores Ernesto Araújo, entre outros. Veja a lista completa nesta reportagem.
Os senadores levaram o documento ao PGR na 4ª feira (27.out) e depois foram ao STF (Supremo Tribunal Federal) para uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes.
Em nota emitida na 4ª, Aras afirmou que a CPI “já produziu resultado”, citando denúncias, ações penais e civis e o afastamento de autoridades.
“A chegada desse material que envolve pessoas com prerrogativa de foro por função vai contribuir para que possamos dar a agilidade necessária à apreciação dos fatos que possam ser puníveis seja civil, penal ou administrativamente”, disse o PGR.
Ao deixar o Supremo, o vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator da comissão Renan Calheiros (MDB-AL) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) falaram com a imprensa por 20 minutos e afirmaram que Aras teria se comprometido a avaliar os pedidos de indiciamento de autoridades com foro, cujos casos ficam sob responsabilidade da PGR.
“Lembramos ao procurador-geral que a investigação se fez à luz do dia e que acessamos provas indiscutíveis”, disse o senador Renan, que elaborou o relatório final da CPI. “Em determinado momento, o procurador-geral confessou que ele tem consciência do ‘dever de fazer’ e ainda lembrou que a jurisdição da PGR é o Senado Federal”, prosseguiu.
A senadora Simone Tebet afirmou que Aras foi “firme” ao receber o relatório da CPI. “Eu vi uma firmeza de propósito a ponto dele afirmar: ‘Olha, eu tenho consciência que represento aqui todo um órgão de fiscalização e controle que é o Ministério Público’. Ou seja, ele sabe da responsabilidade que tem”, disse.