E se o nome dele fosse Eduardo Bananinha?

O vice-presidente é um general respeitado e um homem preparado, reconhecido até mesmo pelos adversários políticos do governo. Mas, tendo em vista os antecedentes de agressões aos poderes constituídos e que foram corroboradas, ao menos no silencio do presidente, a manifestação de Mourão evita como mais uma ação para apagar o incêndio.

Brasília – Para tentar arrefecer os ânimos e evitar problemas com a China, o vice-presidente Hamilton Mourão se adiantou para explicar que o pensamento do deputado Eduardo Bolsonaro não é o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, embora se trate do filho.

TNM/Por Roberto Villanova

O vice-presidente é um general respeitado e um homem preparado, reconhecido até mesmo pelos adversários políticos do governo. Mas, tendo em vista os antecedentes de agressões aos poderes constituídos e que foram corroboradas, ao menos no silencio do presidente, a manifestação de Mourão evita como mais uma ação para apagar o incêndio.

Tem sido assim desde a posse.
Houve a covardia inominável contra o falecido Gustavo Bebiano, um amigo de primeira hora do presidente, que foi traído porque ousou alertá-lo contra as ações nefastas dos filhos. Em seguida foi a vez do general Santos Cruz, outro oficial superior íntegro e preparado, demitido porque se recusou a atender ao pedido do filho do presidente para mandar dinheiro em dólar a Olavo de Carvalho, que se dizia em dificuldade para pagar o internamento num hospital nos Estados Unidos.
Vamos recordar que o filho do presidente já desmoralizou o Supremo Tribunal Federal, quando disse que “bastaria um cabo e um soldado, com todo respeito ao cabo e ao soldado”, para fechar a Corte Suprema do país – e, não foi repreendido pelo pai, o que se conclui que apoia a agressão do filho.
Agora, em plena crise mundial com a pandemia do Coronavírus – pandemia esta que o presidente, além de demorar a reconhecê-la, ainda insiste em minimizá-la -, declara que a culpa é da China, sem apresentar as provas da gravíssima acusação que faz. Isto, com o apoio e a solidariedade do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que deveria ter sido sumariamente demitido – salvo se o presidente concorda com ambos.
Mas, nessa mixórdia em que se transformou o governo, há o momento para reflexão sobre o que disse o vice-presidente Hamilton Mourão, na entrevista à Folha de S. Paulo, ao separar o que pensa o deputado Eduardo Bolsonaro e o que pensa o presidente, sustentando que o pensamento do deputado não reflete o pensamento do governo.
Ou seja, a repercussão é porque se trata do deputado Eduardo Bolsonaro mas, se fosse o deputado Eduardo Bananinha, não haveria a repercussão negativa.
O problema é que, por tudo o que já aprontaram, fica difícil não confundir os deputados…

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