O discurso da morte

Bolsonaro quer tudo liberado. Afinal, o que o ministro da Saúde quer?

Blog do Bob

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR

Brasília – A consequência nefasta do discurso desastrado do presidente Jair Bolsonaro chamando a pandemia devastadora do Coronavírus de “gripezinha e resfriadinho”, foi a derrocada do ministro da Saúde, Luiz Fernando Mandetta.

Apegado ao cargo, Mandetta aceitou ser humilhado e baixou a cabeça. Na semana passada ele criticava os cariocas por encherem as praias e desobedecerem a determinação para se isolarem em casa; nesta quarta-feira, 25, defendeu o pronunciamento de Bolsonaro mandando o povo sair às ruas e desafiar a pandemia.

Afinal, o que o ministro da Saúde quer?
Ex-deputado federal que não conseguiu se reeleger, Mandetta ganhou o emprego de ministro da Saúde e, quem sabe por isso, aceita tudo o que vier do presidente, inclusive as suas aberrações.

O ministro perdeu a credibilidade, embora se mantenha com a aparência – apenas aparência -, de comandante da reação contra a pandemia.

O ministro da Saúde já não é mais defensor intransigente da quarentena.
A exceção no governo são os generais. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, depois de observar que Bolsonaro pode ter “se expressado de uma forma que não seja a melhor”, reafirmou a defesa do isolamento e distanciamento social.

Ou seja: fique em casa.

A fala do presidente repercutiu negativamente em todos os segmentos, e não apenas na classe médica, porque a pandemia do Coronavírus não é um “resfriadinho ou uma gripezinha”. Daí, entidades médicas consideraram a fala de Bolsonaro como “o discurso da morte”.

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