No mais completo estilo da “velha política” do toma lá, dá cá, o próximo alvo da negociação do presidente Jair Bolsonaro com o centrão terá na bandeja a cabeça do ministro de Ciências e Tecnologia, Marcos Pontes – que já foi avisado que será demitido.
TNM/ Por Roberto Villanova
Bolsonaro está negociando o cargo com o PSC, do Gilberto Kassab, ex-ministro de Temer, que já conseguiu garantir a nomeação de Carlos Marum, para uma diretoria na Itaipu Binacional. Marum é do grupo do Eduardo Cunha, que mesmo cumprindo prisão domiciliar, participa das negociações através de interlocutores.
O presidente quer matar dois coelhos com uma só cajadada: ele garante o apoio do PSL contra o pedido de impeachment e, ao mesmo tempo, enfraquece o governador de São Paulo, João Dória, que ele vê como adversário na disputa presidencial em 2022.
Tudo certo, mas tem o porém: é que Gilberto Kassab foi afastado do cargo de chefe do Gabinete Civil do governo Dória, porque foi denunciado por receber propina de R$ 58 milhões da JBS, e está sendo investigado com chance de ser condenado – exceto se providencialmente deixarem o processo prescrever.
Bem, em todo caso, para quem acreditou na estória de “nova política” ou na estória de que o Bolsonaro não negociaria cargos no governo, resta só esquecer. Para usar o termo da moda, era tudo fake news de campanha eleitoral, até porque não existe nova nem velha política.
No Palácio do Planalto, o balcão de negócios já foi montado.
