UM EXEMPLO A SER SEGUIDO: Recado do general mais poderoso do mundo, também ecoou no Brasil

O general Marck Miller pediu desculpas à sociedade norte-americana, por ter participado de uma manifestação comandada pelo presidente Donald Trump, que parece tê-lo exibido como troféu para ameaçar os cidadãos que estavam nas ruas protestando contra a morte de um negro.

Blog do Bob

TNM/Roberto Villanova

FILE — Gen. Mark Milley, chairman of the Joint Chiefs of Staff, appears before the House Armed Services Committee in Washington on Dec. 11, 2019. Milley

Quando concedeu entrevista à Veja e deixou subentendido que poderá haver uma ruptura política, se a oposição “esticar a corda”, o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, ainda não havia tomado conhecimento da declaração do general Marck Miller,comandante do exército mais poderoso do mundo.

Chairman of the Joint Chiefs of Staff Gen. Mark Milley, participates in a briefing with President Donald Trump and senior military leaders in the Cabinet Room at the White House in Washington, Monday, Oct. 7, 2019. (AP Photo/Carolyn Kaster)

O general Marck Miller pediu desculpas à sociedade norte-americana, por ter participado de uma manifestação comandada pelo presidente Donald Trump, que parece tê-lo exibido como troféu para ameaçar os cidadãos que estavam nas ruas protestando contra a morte de um negro.
O general não gostou de ter sido usado pelo presidente e se dirigiu à tropa e à nação pedindo humildemente desculpas, para reforçar em seguida que as Forças Armadas são “forças do Estado” e não de governo.

O recado do general Miller ecoou no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro transformou o seu governo num puxadinho de quartéis para ameaçar diariamente os demais poderes e defender acintosa e criminosamente o golpe militar. O recado do comandante do exército mais poderoso do mundo não serve apenas para os Estados Unidos; serve também para os seus quintais.

Mas, a estratégia de Bolsonaro é exatamente essa, de criar atritos, promover agressões e estar em choque permanente com os demais poderes na expectativa de criar “um caso constitucional”, onde possa disfarçar o golpe de estado. Ele agora se apega a própria Constituição, quando diz que um dos três poderes pode usar as forças armadas para “apaziguar” em caso de conflito entre os três poderes.

A questão é que não existe conflito; o que existe é o comportamento insidioso do presidente atacando os outros poderes. O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, já disse que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal e pergunta-se: que mandaria fechar? Ou então: e se fosse o contrário e alguém dissesse essa aberração referindo-se à Presidência da República?

O pior para o governo e para o próprio país, é que essas ameaças se espalham mundo afora na velocidade da luz, agravando ainda mais a reputação do presidente Bolsonaro, que não desfruta do respeito internacional e tem sido ridicularizado quase que diariamente nas charges e matérias na imprensa internacional.
Ao governo que já perdeu o respeito internacional, resta agora tocar fogo no país.

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