O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Gilmar Mendes, que está de recesso em Lisboa, conversaram pelo telefone. Foi o primeiro contato entre os dois, após o episódio da crítica construtiva do ministro do Suprem Tribunal Federal, alertando ao Exército sobre o risco de a conta das vítimas da pandemia causada pelo coronavírus ir para ele ( Exército ).
É verdade, mas o ministro do Exército, Fernando Azevedo, não gostou; na verdade, os ministros militares que atuam no governo não gostaram e, embora Gilmar não tivesse citado a Marinha e a Aeronáutica, eles assinaram a nota conjunta comunicando que iriam denunciar o ministro do Supremo.
Bolsonaro e Gilmar conversaram e o ministro do Supremo disse que não iria pedir desculpas, porque não havia acusado nem ofendido ninguém; apenas fez uma advertência pertinente. O presidente sugeriu então que Gilmar atendesse ao telefonema do ministro da Saúde, general Eduardo Pajuello, no que foi prontamente atendido.
Interessante é que, após essa conversa com Gilmar Mendes, o presidente mudou o discurso recomendando o uso da cloroquína e hidroxicloroquína no tratamento e até prevenção contra o coronavírus. Diz agora que nunca “receitou” o medicamento e sabem o motivo de Bolsonaro ter mudado discurso acerca da cloroquína?
É que Gilmar o advertiu de que corre o risco de ser denunciado no Tribunal Internacional Penal de Haia, por “receitar” uma droga que não é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e está sendo mundialmente condenada no tratamento contra o coronavírus. A cloroquína e a hidroxicloroquina são usadas para combater a febre amarela, não havendo comprovação cientifica para o combate ao coronavírus.
Mais grave é que pode levar à morte.
Quem não morreu ao tomar a cloroquína para combater o coronavírus, testemunha que não sentiu efeito algum, comprovando assim o diagnóstico da OMS. Vamos ver agora como o governo se comporta, porque tem um grande estoque da droga encalhado, depois do Bolsonaro mandar os laboratórios militares dobrarem a produção.