As secretarias estaduais de Saúde estão sendo empurradas pelo governo federal a um gasto que consideram desnecessário e, mais do que isso, dispensável.
TNM/Por RICARDO MOTA
O problema é a cloroquina, receitada pelo Doutor Jair, referência ideológica para muitos no tratamento da Covid-19.
O problema: os frascos com a droga acondicionam 100 comprimidos, cada, e o fracionamento necessário custa um dinheiro que há de fazer falta aos estados – para quem o ministro Pazzuelo quer empurrar a encrenca.
O que diz o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)?
“Não há racionalidade em defender o uso desses produtos dentro de uma política pública de medicamentos, muito menos para uso de forma precoce”.
A Sociedade Brasileira de Infectologia já se manifestou, por mais de uma vez, sobre as duas drogas – cloroquina e hidroxicloroquina –, dizendo que elas “não demonstram benefícios” no tratamento da Covid-19 e apresentam efeitos colaterais perigosos. Posição mais moderada, entretanto, que a FDA – respeitada agência americana de medicamentos -, que recomendam que elas “não sejam usadas” para o tratamento da pandemia.
Ou seja: já está sendo rejeitado no resto do mundo o que é fartura por aqui. Que ninguém se surpreenda quando (e se) encontrar pelos semáforos, em breve, trabalhadores defendendo o seu pão e anunciando: “Olha a cloroquina, olha a cloroquina!”