“Olha a cloroquina! Olha a cloroquina!” O que está acontecendo? Que paranoia!!!

O que diz o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)? “Não há racionalidade em defender o uso desses produtos dentro de uma política pública de medicamentos, muito menos para uso de forma precoce”.

Charge do Zé Dassilva: o garoto-propaganda da cloroquina | NSC Total

As secretarias estaduais de Saúde estão sendo empurradas pelo governo federal a um gasto que consideram desnecessário e, mais do que isso, dispensável.

O Brasil tem, hoje, três milhões de comprimidos de hidroxicloroquina – dois milhões doados pelo Trump e um milhão doados pela empresa Novartis, segundo o Estadão, e não sabe como fazer chegar aos pacientes (e bote pacientes nisso).

O problema: os frascos com a droga acondicionam 100 comprimidos, cada, e o fracionamento necessário custa um dinheiro que há de fazer falta aos estados – para quem o ministro Pazzuelo quer empurrar a encrenca.

O que diz o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)?

“Não há racionalidade em defender o uso desses produtos dentro de uma política pública de medicamentos, muito menos para uso de forma precoce”.

A Sociedade Brasileira de Infectologia já se manifestou, por mais de uma vez, sobre as duas drogas – cloroquina e hidroxicloroquina –, dizendo que elas “não demonstram benefícios” no tratamento da Covid-19 e apresentam efeitos colaterais perigosos. Posição mais moderada, entretanto, que a FDA – respeitada agência americana de medicamentos -, que recomendam que elas “não sejam usadas” para o tratamento da pandemia.

Ou seja: já está sendo rejeitado no resto do mundo o que é fartura por aqui. Que ninguém se surpreenda quando (e se) encontrar pelos semáforos, em breve, trabalhadores defendendo o seu pão e anunciando: “Olha a cloroquina, olha a cloroquina!”

 

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