André Mendonça, ministro da Justiça, e Cármen Lúcia: ele não só deixou de dar qualquer informação como ainda ousou fazer advertências à ministra - Pedro Ladeira/Folhapress; Antônio Cruz/Agência Brasil

O ministro André Mendonça desobedeceu à determinação da ministra Cármen Lúcia e não enviou a lista com os nomes das trezentas pessoas, que integram o movimento anti-fascista.

Na lista constam militares, professores, gente com mandato político e, obviamente, ligada à oposição, jornalistas entre ouros, e foi elaborada pelo “serviço de inteligência” que atua no Ministério da Justiça..

A ministra foi escolhida para decidir sobre a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), movida no Supremo Tribunal Federal pelo Rede da Sustentabilidade, tendo em vista que o ministro da Justiça não apresentou a relação com os nomes dos anti-fascistas e deixou de comparecer à convocação da Câmara.

Na nota com a justificativa  pela “desobediência”, o ministro André Mendonça parece não levar a ministra Cármen Lúcia a serio. Primeiro, ele se nega a entregar a relação com os 300 nomes alegando que obedece à determinação do presidente Jair Bolsonaro, de manter o documento em caráter sigiloso e reservado.

Depois, conclui que não sabe da existência dessa lista.

Parece piada e é mesmo, só não se sabe ainda se a ministra Cármen Lúcia riu e vai deixar a chacota triunfar, ou se não gostou e se sentiu maculada na sua autoridade – ela e a lei, claro -, e decidirá por obter a lista “sob vara”.

O que, convenhamos, seria o correto, porquanto moral.