Guedes critica fundo de compensação a Estados e municípios na reforma tributária

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a criação de 1 fundo de compensação aos municípios pela possível perda de arrecadação com a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se disse contra fundo de compensação a Estados em municípios durante de evento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios)© Sérgio Lima/Poder360 O ministro da Economia, Paulo Guedes, se disse contra fundo de compensação a Estados em municípios durante de evento da CNM (Confederação Nacional dos Municípios)
TNM/Poder360
O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a criação de um fundo de compensação aos municípios pela possível perda de arrecadação com a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional. “Não podemos dar garantias que não temos condição de executar”, disse, em evento promovido pela Confederação Nacional de Municípios na manhã desta 2ª feira (14.set.2020).“Acabamos de aumentar 10% a nossa relação dívida/PIB. Se nós anunciarmos que estamos criando mais fundos para garantir recursos, o Brasil terá dramáticos problemas de sustentabilidade fiscal. A União pode quebrar e vai faltar dinheiro para todo mundo, vamos entrar em rota de implosão fiscal”, afirmou.

Assista à participação de Guedes e ao restante do evento (55min40seg):

Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de PrivacidadeTermos)

A criação do fundo é apoiada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No mesmo evento da CNM, Maia fez uma curta fala, pouco antes de Guedes. Ele afirmou que a reforma tributária deve repensar a arrecadação a partir de uma melhor “distribuição das responsabilidades” entre os entes federados.

Guedes cita Fundeb e Lei Kandir

Paulo Guedes disse ainda que a ampliação dos recursos da União para o Fundeb, que financia a educação básica, inviabilizou projetos que previam mais transferências para Estados e municípios.

“Não podemos ficar esperando que 1 dê garantia para o outro. Nós vamos juntos nesse caminho da prosperidade. Nós podemos dividir os recursos. Nós tínhamos R$ 300 bilhões para isso. O Fundeb levou R$ 250 bilhões e a Lei Kandir levou os outros R$ 50 bilhões”, justificou o ministro da Economia.

Salários do alto escalão

Guedes também afirmou que quem ocupa cargos de alto escalão no governo brasileiro, como ministros, secretários e o próprio presidente da República, ganha 1 salário “relativamente baixo” em relação ao que ganharia na iniciativa privada.

Eu sempre dou o exemplo do Mansueto Almeida [ex-secretário do Tesouro Nacional], que era 1 funcionário exemplar que nos deixou para ganhar múltiplos e múltiplos e múltiplos do que ganhava aqui. Aqui o salário dele era 20% acima de 1 recém-admitido no sistema Judiciário“, ressaltou.

 

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