Referindo-se à tragédia causada pela pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo fez a parte dele.
Mas, que parte o presidente se refere?
Refere-se à parte que desdenhou da pandemia e estimulou a contaminação e as mortes, é isso? Se for isso, aí tá certo.
Bolsonaro chamou de maricas os que se preveniram contra o contágio, saiu às ruas debochando das medidas de restrição, estimulou contágios, não usou máscaras e demitiu dois ministros da Saúde, que eram médicos, entregando o ministério a um general que não sabe sequer cuidar de logística e deixou o país – pasmem! -, sem seringas para aplicação da vacina.
Também desdenhou das mortes e fez chacotas com os mortos, dizendo que todo mundo ia morrer um dia, Foi incapaz de solidarizar-se com as famílias enlutadas, riu e debochou dos lutos, alimentando e fomentando o ódio que dividiu os brasileiros.
Graças aos governadores e ao Supremo Tribunal Federal, que contiveram o genocídio estimulado pelo presidente, o número de mortes não é ainda maior. Mas, as mais de duzentas mil mortes registradas não são suficientes para aplacar essa sanha genocida e o país vive agora essa tragédia.
Ainda que morressem “apenas umas oitocentas pessoas”, como dizia o Bolsonaro, desdenhando da tragédia, ainda assim era para todos estarem enlutados. Salvo se o país estiver mesmo sob a égide da Besta do Apocalipse.
Triste Brasil, transformado agora num imenso cemitério. Ah, sim. Eles fizeram a parte deles, que foi desdenhar da pandemia, estimular a contaminação e celebrar as mortes.