O presidente Jair Bolsonaro não suporta ouvir pronunciar o nome do governador de São Paulo, João Dória, e só se refere a ele usando termos impublicáveis.

Com a vacina produzida com apoio de Dória, sem nenhuma ajuda do governo federal, a relação entre os dois azedou de vez, mas o presidente foi aconselhado a se calar para não agravar ainda mais o quadro.

Por isso que o presidente, pela primeira vez desde a posse, não posta nada nas redes sociais, colocando-se sob silêncio inusitado. Bolsonaro tem sido o cabo eleitoral de Dória, que descobriu  como provocar e irritar o presidente sem nenhum esforço.

Com certeza, na eleição em 2022 Bolsonaro não participará de debates e terá desde já de encontrar uma desculpa convincente capaz de camuflar o gesto de fraqueza.

Imagina Bolsonaro debatendo com o Dória, a lapada que não iria levar.

O presidente poderia estar faturando com esse momento, mas ele foi sempre o negacioista da pandemia. Bolsonaro, além de negar a gravidade da situação, estimulou a disseminação do vírus e chegou a debochar das mortes, afirmando que todo mundo morre um dia.

O presidente também chamou de “maricas” aqueles que se cuidavam usando máscaras e fazendo o distanciamento social. Foi um “competente” agente disseminador do vírus, com os maus exemplos que promoveu.

Num momento tão complicado para o mundo, e não apenas para o Brasil, a presença de um presidente desagregador agravará ainda mais o quadro e trará consequências extremamente negativas interna e externamente.

Se internamente a imagem de Bolsonaro se dilui, externamente o conceito sobre o presidente brasileiro é de alguém despreparado e incapaz, que vive de arrumar confusão, inclusive, arrumar confusão para os negócios externos do país.

Claro, o João Dória agradece porque quanto mais Bolsonaro se desgasta, melhor para ele.