Em entrevista publicada nesta 2ª feira (5.abr.2021) no jornal Folha de S.Paulo, Saraiva criticou a ida de Salles ao Pará na 4ª feira passada (31.mar). O ministro foi ao Estado “verificar” detalhes da operação e disse acreditar que as empresas investigadas no caso não são culpadas por extração ilegal de madeira.
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“Me parece que é o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo. Nunca tive notícia de um ministro do Meio Ambiente se manifestando contrariamente a uma operação que visa proteger a floresta amazônica. É um fato inédito e que me surpreendeu”, declarou o chefe da PF no Amazonas.
Saraiva reafirmou que as empresas investigadas na operação estão atuando de forma ilegal na região.
“Temos 10 ou 12 laudos atestando de forma inequívoca a ilegalidade de exploração. As empresas têm mais de duas dezenas de autuações no Ibama. É uma organização criminosa. Não merecem nem a denominação de empresas. Têm a vida dedicada ao crime, ao furto de bens públicos, à fraude, à corrupção de servidores públicos”, declarou.
Questionado sobre a declaração feita por Salles, em reunião ministerial em 22 de abril de 2020, sobre aproveitar as atenções voltadas ao covid-19 para passar a boiada, Saraiva foi taxativo: “Na Polícia Federal não vai passar boiada”.
Superintendente da corporação no Estado do Amazonas desde 2017, o policial federal já ocupou o cargo também em Roraima (2011-2014) e no Maranhão (2014-2017). Saraiva é doutor em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas).