Avião supersônico está sendo desenvolvido pela Virgin Galactic e Rolls-RoyceImagem: Divulgação
O engenheiro aeroespacial Edgard Packness, da Universidade Federal do ABC (UFABC), afirma que nunca estivemos tão perto do avião supersônico perfeito. “Diferentemente do Concorde, as empresas agora querem um avião que voe no modo supersônico em qualquer lugar e não só quando sobrevoa o oceano”, conta.
O Concorde levou mais de 10 anos para ser produzido e transformou a aviação em 1976, ano do primeiro voo. A velocidade acima de 2100 km/h, que rompia a barreira do som, era um recorde na época. Contudo, o modo supersônico só poderia ser ativado quando a aeronave estivesse acima do oceano, pois assim não causaria danos.
Suas turbinas tinham tanta potência que podiam causar uma catástrofe caso o jato sobrevoasse uma cidade: quebra dos vidros das janelas e carros, falha em sinais de telefones, TVs e rádios. Sem contar que o custo da manutenção da fuselagem e o preço do combustível eram muito altos. Logo, o valor médio de uma passagem no Concorde era de US$ 10 mil. “Apenas quem tinha alto poder aquisitivo viajava”, ressalta Packness.
Não por acaso a marca está perto de lançar o AS2. Os motores de força do “filho do Concorde” impressionam. São alimentados por combustíveis limpos, como o hidrogênio, e, deste modo, poluem menos o ambiente do que os compostos fósseis. As aeronaves supersônicas poderão atingir uma velocidade de até 6200 km/h, sete vezes mais rápido do que um avião comercial convencional (850 km/h). Isso encurtará viagens longas, como para a Ásia, que serão feitas em menos da metade do tempo. “Creio que até o fim desta década esses aviões já serão uma revolução”, finaliza Packness.