Comitiva de Bolsonaro recebe ovada em São Paulo

O grupo descia dos carros oficiais para acompanhar o leilão da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) quando manifestantes arremessaram o ovo. A reportagem da TV Globo gravou o momento, e as imagens foram replicadas nas redes sociais.
© Reprodução/Redes sociais Integrantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro foram atingidos por uma ovada nesta 6ª feira em frente ao prédio da Bolsa de Valores de São Paulo

TNM/Por Murilo Fagundes

O grupo descia dos carros oficiais para acompanhar o leilão da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) quando manifestantes arremessaram o ovo. A reportagem da TV Globo gravou o momento, e as imagens foram replicadas nas redes sociais.

Nesta 6ª feira, os consórcios Aegea e Iguá venceram o certame, que ofereceu os serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de 35 cidades do Estado, divididos em 4 blocos. O ato em frente à B3 era contrário à venda da empresa.

No momento da ovada, os deputados Carla Zambelli (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ) passavam pela entrada do prédio, mas não foram atingidos. Outras pessoas precisaram se esquivar e correr para dentro do edifício.

Mais cedo, também na capital paulista, o presidente Jair Bolsonaro almoçou com um grupo de empresárias em São Paulo. O encontro, organizado pela presidente do Grupo Voto e líder do grupo Ciclo Brasil de Ideias, Karim Miskulin, aconteceu no Palácio Tangará. Leia a lista completa de executivas.

Representantes do governo também participaram: a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo), os ministros Paulo Guedes (Economia), João Roma (Cidadania) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil). Os convidados ficaram próximos e não apareciam de máscara em vários registros feitos pelo fotógrafo oficial da Presidência.

HISTÓRICO DA CONCESSÃO

O leilão é o 1º desde a aprovação do novo marco regulatório do saneamento, que visa aumentar a participação privada no setor. Segundo o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, “o projeto estruturado pelo BNDES é completamente aderente ao marco legal do saneamento básico e reforça o papel da regionalização prevista na nova lei”.

Foi marcado por uma série de tentativas de suspensão. Só na última semana, foram duas:

  • O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio de Janeiro suspendeu o edital na última 2ª feira (26.abr), mas, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, suspendeu a liminar no dia seguinte;
  • Na 5ª feira (29.abr), a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou um decreto que suspendia o edital, mas o governo do Estado manteve o certame. A gestão dos serviços de saneamento básico é municipal, por isso, não coube a interferência.

A privatização da companhia foi uma das condições impostas pelo governo federal para que o Rio de Janeiro pudesse aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal), programa criado em 2017 que permite que o Estado receba ajuda da União. O Estado contemplado fica autorizado, por exemplo, a congelar o pagamento das dívidas em troca de 1 compromisso de ajuste nas contas públicas.

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