Governo federal rejeitou 11 ofertas de vacina, incluindo da Pfizer, afirma blog

Uma reportagem do blog do Octávio Guedes no G1 mostra que o governo Jair Bolsonaro recusou 11 ofertas de vacinas feitas ao nosso país antes de aceitar a compra da CoronaVac e do imunizante Astrazeneca/Oxford, entre outubro de 2020 e janeiro de 2021.

© Yuri Ferreira

Uma reportagem do blog do Octávio Guedes no G1 mostra que o governo Jair Bolsonaro recusou 11 ofertas de vacinas feitas ao nosso país antes de aceitar a compra da CoronaVac e do imunizante Astrazeneca/Oxford, entre outubro de 2020 e janeiro de 2021.

TNM/Redação Hypeness

Modelo matemático sugere que ingerência sobre vacinas matou 90 mil pessoas

O governo ignorou três ofícios enviados pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, ao Ministério da Saúde. Segundo os documentos, de conhecimento público, o órgão do governo estadual de São Paulo enviou ofertas ao Executivo em 30 de julho em 18 de agosto e em 7 de outubro para que a vacina Coronavac fosse distribuída nacionalmente. A gestão Bolsonaro ignorou todos os ofícios.

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A Pfizer também fez três ofertas ao governo federal que foram negadas. Em agosto, a farmacêutica estadunidense ofereceu 500 mil doses até dezembro de 2020 e 70 milhões de doses até o final de 2021. Seriam 3 milhões de doses até março, o que poderia acelerar em 20% a vacinação brasileira até o mês passado e salvar milhares de vidas. Em outras duas ocasiões o governo recusou as ofertas da farmacêutica que se tornou o carro chefe da vacinação nos EUA e no Reino Unido.

O governo brasileiro também não aceitou duas propostas da Covax Facility, consórcio mundial organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição mundial de vacinas. A gestão Bolsonaro somente ingressou no grupo que distribuirá 212 milhões de doses ao Brasil na terceira tentativa da Organização Mundial da Saúde.

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No total, a CPI da Covid-19 no Senado somou 11 ofertas de venda de vacinas para o governo brasileiro que foram recusadas. Segundo um modelo matemático criado por pesquisadores da USP, do Instituto Butantan e da FGV, a demora do governo Bolsonaro na compra de vacinas foi responsável pela morte de 90 mil pessoas até agora.

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