Horas depois de atos da 3ª via, PT convoca para manifestação em 2 de outubro

Por trás do comparecimento modesto, está um racha entre os opositores de Bolsonaro. Da mesma forma que grupos de direita não aderiram aos atos contra o presidente no 7 de Setembro, partidos de esquerda boicotaram os convocados por MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua neste domingo.
TNM/Por Nicholas Shores

O PT começou neste domingo (12.set.2021) a convocação para um ato em 2 de outubro pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O vice-presidente nacional do partido e deputado federal José Guimarães (CE) publicou um vídeo em seu perfil no Twitter com um chamado para o protesto poucas horas depois da realização de manifestações em ao menos 15 capitais brasileiras com o mesmo lema, que acabaram caracterizadas como atos da chamada 3ª via da eleição presidencial de 2022.

Os eventos deste domingo tiveram baixa adesão, atraindo público muito menor que o de apoiadores de Bolsonaro no feriado de 7 de Setembro. Na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), a Secretaria de Segurança Pública informou ter contabilizado a presença de 6 mil pessoas. Em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, havia menos de 500 manifestantes.

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Por trás do comparecimento modesto, está um racha entre os opositores de Bolsonaro. Da mesma forma que grupos de direita não aderiram aos atos contra o presidente no 7 de Setembro, partidos de esquerda boicotaram os convocados por MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua neste domingo.

Na tentativa de atrair os petistas, o MBL aboliu o lema “Nem Lula nem Bolsonaro”, considerado inaceitável por petistas e psolistas. Mas em praticamente todos os atos foram vistas faixas com esses dizerem.

O PT não foi [aos atos neste domingo] por conta da forma e do conteúdo como os atos foram inicialmente organizados. A luta pela democracia, pelo estado democrático de direito não pode ser confundida com a luta nem a disputa eleitoral. A manifestação que o MBL programou para hoje tinha um conteúdo claro: era um ato pela 3ª via”, disse Guimarães ao Poder360.

O congressista declarou que a “estreiteza” na organização dos atos deste domingo provocou o “esvaziamento” da presença do público. Ele defendeu que as manifestações para 2 de outubro e 15 de novembro, organizadas pela Campanha “Fora, Bolsonaro”, da qual fazem parte PT, Psol e outras forças políticas, não sejam um ato “de candidatura A, B ou C”, mas, sim, “pela democracia”.

O protesto na avenida Paulista neste domingo teve a participação de 5 presidenciáveis –o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT), o governador João Doria(PSDB-SP), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-MA).

Temos que dar amplitude, envolver todos. Não é ato de candidatura A, B ou C, é um ato pela democracia. Temos que fazer uma manifestação ampla, grandiosa, maior do que as do Bolsonaro. É assim que nós vamos fazer, com todos os movimentos sociais, centrais sindicais. Vamos chamar todos os partidos do centro e mostrar que a luta pela democracia tem que ter essa amplitude, senão não vai dar certo. Sem isso nós não teremos força para tirar Bolsonaro”, disse Guimarães.

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