A maioria, contudo, continua dando as cartas no atual processo eleitoral. Um deles é o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que está tratando do ingresso de Bolsonaro na legenda que comanda.
Preso no mensalão por corrupção, Valdemar continuou mandando no partido até mesmo quando estava no presídio da Papuda. Agora, será o dirigente com ficha corrida suja que vai abonar a filiação do capitão, suspeito de cometer inúmeros crimes, segundo a CPI da Covid.
Com Moro a tiracolo
Aliados
E Bolsonaro não ficará só em companhia do nefasto chefe do PL. Ele terá apoio do Centrão para disputar a reeleição e levará para seu palanque aliados que também frequentam as barras da Justiça, como é o caso dos comandantes do PP. O próprio presidente da legenda, Ciro Nogueira, é acusado de corrupção por ter recebido propinas de empreiteiras.
Petistas
Essa não será uma primazia do grupo ligado ao mandatário. Seu principal adversário hoje, o ex-presidente Lula, sintetiza o que há de pior em matéria de corrupção na política. Acusado de receber propinas de empreiteiras ligadas à Petrobras, o petista passou 580 dias na prisão e só está livre porque o STF resolveu ignorar as provas contra ele.
Retrato falado
País mais pobre
O Brasil de Bolsonaro continua ladeira abaixo. Além do desemprego ter batido recorde no ano passado, com 14,8 milhões de pessoas sem emprego, a renda média dos brasileiros também despencou em 2020, atingindo o menor valor desde 2012, quando o IBGE começou a sistematizar esse índice. O rendimento médio mensal do brasileiro passou de R$ 2.292 em 2019 para R$ 2.213 em 2020, com uma queda de 3,4%. O recuo na renda foi maior para quem tem outras fontes de rendimento, como aposentadorias, pensões ou vive de aluguéis. Isso significa que o brasileiro está ficando mais pobre e cada vez consumindo menos, o que ajuda a explicar a queda no desempenho da economia.
Auxílio emergencial
A situação só não se agravou mais graças ao auxílio emergencial pago em boa parte de 2020 no valor de R$ 600. Assim, a proporção de domicílios com pessoas recebendo outros programas sociais saltou de 0,7% para 23,7%. O aumento maior foi no Norte (de 0,5% para 32,2%) e no Nordeste (de 0,8% para 34%).
PSDB bate o martelo
Agora é oficial. O candidato do PSDB a governador de São Paulo é Rodrigo Garcia, vice de João Doria. Ele foi o único inscrito nas prévias que aconteceriam neste domingo, 21, em São Paulo. Como mais ninguém se inscreveu para disputar a vaga, Garcia teve o nome anunciado como o tucano que disputará o Palácio dos Bandeirantes no ano que vem.
Curso para governador
O nome de Rodrigo vem sendo trabalhado por Doria para o cargo desde quando os dois chegaram ao palácio da avenida Morumbi. O vice foi incumbido pelo governador de despachar com os prefeitos e também era escalado para a maioria dos compromissos no interior. Além disso, conta com grande trânsito na Capital: já foi presidente da Assembleia.
O descanso do papai
Toma lá dá cá
Entre Doria e Leite, qual é a melhor opção do PSDB para presidente?
Sem dúvida o João Doria é a melhor opção que o País tem por conta da sua capacidade de gestão, de saber escolher equipe e por sua determinação, garra, ousadia e competência.
Como o senhor está vendo a aproximação de Alckmin, um tucano histórico, com o ex-presidente Lula?
Não acredito nessa aproximação. Acho inoportuna e que não tem liga. E não tem o apoio dos tucanos
O que achou do fato de Bolsonaro condicionar o aumento de salário dos servidores à aprovação da PEC dos Precatórios?
Foi uma fala sem consistência, sem atitude. Onde existe essa previsão? Qual foi a iniciativa concreta do governo quanto a isso? Nenhuma.
Rápidas
* O economista Affonso Celso Pastore, que vem aconselhando Sergio Moro em seu plano econômico, diz que não quer se tornar um novo posto Ipiranga, mas prevê que no ano que vem o Brasil terá um ano recessivo: a crise econômica vai tirar Bolsonaro do segundo turno.
* O deputado Aécio Neves diz que não pretende deixar o PSDB, mesmo que Doria venha a ser o vencedor das prévias. Só não comentou o que pensa sobre o PSDB desejar que ele saia do partido contrariando sua vontade.
* O deputado Marcelo Ramos traça o mapa da traição que Bolsonaro sofrerá no PL. O partido ficará com o PT no Piauí, com o MDB no Pará e em Alagoas e com João Doria em São Paulo. Ele não entrará no PL como mandatário máximo.