Ibama de Bolsonaro não está usando seus recursos disponíveis para fiscalizar desmatamento
Vale lembrar que a fiscalização é importantíssima para o Ibama pela capacidade de barrar o desmatamento (e ativamente consegue diminuir os efeitos da devastação nas florestas) e, além disso, por gerar receita para o instituto, que consegue se financiar através das multas ambientais.
“Havia dinheiro para reforçar o combate ao desmatamento em 2021, mas o Ibama usou menos da metade do orçamento até dezembro. No caso da prevenção e controle de incêndios florestais foram liquidados até 31 de dezembro R$ 40,3 milhões, ou 70% dos recursos. No ICMBio, a liquidação foi de 73% (R$ 63,7 milhões) do orçamento autorizado para fiscalização e controle de incêndios”, aponta o relatório.
Não é coincidência: Governo Bolsonaro bate próprio recorde e floresta tem maior desmatamento em 10 anos
Bolsonaro aparelhou Ibama
A gestão Bolsonaro é um completo desastre para o meio ambiente. E com o Ibama não foi diferente. Fiscais do instituto foram desincentivados e ameaçados de perseguição caso realizassem o seu trabalho.
Foi também sob a égide de Eduardo Bim – atual presidente do órgão – que o Ibama autorizou o comércio de madeira ilegal oriunda do desmatamento para os EUA.
O presidente, que tem uma retórica anti-ambientalista, travou o Ibama e o ICMBio, tornando os principais órgão que cuidam da biodiversidade brasileira não-operantes e abrindo a porteira para a grilagem e para o desmatamento.
© Yuri Ferreira
Presidente aparelhou órgãos para expandir desmatamento e reduzir fiscalização
“O Ibama tem uma participação grande historicamente no combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Sempre foi uma área prioritária de atuação. O Ibama atua na fiscalização do país inteiro, e não só desmatamento, também de outros ilícitos. Em muitos anos, ele é o principal órgão. Quando o Ibama não está atuando bem, o desmatamento sobe”, explica a Suely Araujo, especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima e presidente do Ibama entre 2016 e 2018.