A história da partida de futebol feminino que desafiou Mussolini em pleno fascismo

É comum atualmente ver jogadoras de futebol reivindicando melhores condições para a prática da modalidade e ganhos e premiações semelhantes aos praticados no masculino.
TNM/IstoÉ – Por Vinicius Moreira

Reprodução Corriere della Serra
© Reprodução Corriere della Serra Reprodução Corriere della SerraNa ocasião, a prática do futebol era permitida somente para homens, mas mulheres entre 15 e 20 anos decidiram colocar o amor ao esporte acima e formaram uma equipe feminina em Milão, na Itália. A façanha é descrita pela jornalista Federica Seneghini no livro “Giovinette – Le Calciatrici Che Sfidarono il Duce (As Jogadoras que desafiaram Musolini).

© Fornecido por IstoÉ“As meninas que decidiram jogar futebol nos anos 60, 70 e Anos 80 eles tiveram que recomeçar, se apresentar de novo porque não sabiam da existência desse time feminino dos anos 30. Era uma história de família que foi contada nas casas de Milão, mas não saiu na imprensa ou os livros de história”, comenta Federica Seneghini.

Seneghini explicou em entrevista à EFE que a ideia do livro surgiu em 2019 durante a Copa do Mundo Feminina, na França. A jornalista do “Corriere della Serra” lembrou que alguns preconceitos daquela época ainda permanecem nos dias atuais.

© Fornecido por IstoÉ“Muitos dos diálogos que aparecem no romance, de meninos fascistas que falam de meninas, ainda os ouço hoje. Por exemplo, a frase ‘futebol não é para mulheres’ ouvi várias vezes durante a Copa do Mundo de 2019”, lamenta.

Federica relata que o desenrolar da história da partida é baseada nas irmãs Rosetta e Marta Boccalini, as quais tiveram sua memória preservada por Grazia Barcellona (filha e sobrinha respectivamente). Além disso, a autora contou com os registros em jornais da época, que descrevem a transformação do simples jogo para um torneio semanal com mais de 50 mulheres.

© Fornecido por IstoÉSeneghini relata ainda que a obra ajuda a reviver e preservar a memória do futebol feminino italiano para as gerações seguintes.

“Acho que este livro deu muito ao futebol feminino na Itália, acrescentando uma história até então desconhecida”, completa Seneghini.

 

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