Centenas de milhares protestam em Berlim contra a guerra

Os organizadores do ato na capital alemã, que aconteceu sob o lema "Pare a guerra. Paz para a Ucrânia e toda a Europa", estimaram o número de participantes em cerca de meio milhão - cifra bem acima dos 20 mil inscritos originalmente para participar do protesto.
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Manifestantes pediram o fim da invasão russa na Ucrânia e apelaram ao governo alemão que mantenha as fronteiras abertas aos refugiados do conflito. Organizadores estimam participação de meio milhão de pessoas.
Centenas de milhares de pessoas saíram as ruas de Berlim neste domingo (27/02) para se manifestar contra a guerra na Ucrânia. Várias outras cidades da Europa e do mundo também tiveram manifestações contra a invasão russa.Os organizadores do ato na capital alemã, que aconteceu sob o lema “Pare a guerra. Paz para a Ucrânia e toda a Europa”, estimaram o número de participantes em cerca de meio milhão – cifra bem acima dos 20 mil inscritos originalmente para participar do protesto.

A polícia falou em “algumas centenas de milhares” de manifestantes concentrados entre o Portão de Brandemburgo e a Coluna da Vitória e no vizinho parque Tiergarten. Os jornais alemães noticiaram mais de 100 mil pessoas no ato.

A manifestação foi convocada por uma ampla aliança de organizações pela paz, direitos humanos, meio ambiente, como o Greenpeace, além de igrejas e sindicatos.

Entre várias bandeiras verdes e azuis da Ucrânia, os manifestantes pediram que o governo russo encerre os ataques, se retire da Ucrânia e restaure sua integridade territorial. Além disso, os manifestantes pedem que o Executivo alemão mantenha as fronteiras abertas aos refugiados do conflito.

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Apoio ao povo ucraniano

A presidente do Conselho da Igreja Protestante na Alemanha (EKD), Annette Kurschus, condenou a invasão russa na Ucrânia e pediu, ao mesmo tempo, que não se caísse em uma espiral de ódio.

“Não daremos à camarilha governante belicista na Rússia o presente de odiar seu povo”, declarou, enfatizando a importância de apoiar o povo na Ucrânia e na Rússia.

Frank Werneke, presidente do ver.di, sindicato do setor público alemão, classificou a manifestação como um claro sinal de solidariedade ao povo ucraniano.

Ele também ressaltou que o presidente russo, Vladimir Putin, “não é a Rússia” e expressou seu respeito e solidariedade também aos bravos ativistas russos que se manifestam contra o regime de seu país.

Brasileiros no ato

O protesto em Berlim também contou com a participação de brasileiros. “É muito diferente você estar no Brasil e estar aqui. Aqui, você está muito mais próximo desse contexto. Não só geograficamente, mas também culturalmente. As pessoas sentem mais, estão angustiadas”, disse o jornalista brasileiro Flavio Lenz, de 67 anos, que vive na capital alemã desde 2016. Ele esteve no protesto ao lado da esposa, que é alemã.

“O que me choca é que os interesses econômicos estão acima de tudo. A Europa vacilou por dias em relação à adoção do Swift. Alguns estavam preocupados com o comércio de joias com os oligarcas russos. As pessoas morrendo, e eles discutindo sobre joias”, opinou o brasileiro.

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