Arthur Lira almoça com Rui Costa, e líderes apostam em acordo sobre emendas para reduzir crise

Parlamentares dizem que a crise tende a arrefecer e que não haverá “ruptura” de nenhum dos lados. O Executivo, na avaliação dos deputados, não tem como romper com Lira porque depende dele para manter a governabilidade. O presidente da Câmara, por sua vez, precisa fazer seu sucessor no comando da Casa, na eleição marcada para fevereiro de 2025, e a avaliação é de que ele não pode ir para o “tudo ou nada”.

Arthur Lira, presidente da Câmara Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara© Fornecido por Estadão

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BRASÍLIA – Líderes partidários da Câmara apostam que um acordo entre Palácio do Planalto e Congresso sobre a recomposição de verbas para as emendas de comissão deve reduzir a temperatura e os efeitos da crise entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo apurou o Broadcast Político/Estadão, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, almoçou nesta quarta-feira, 17, com Lira, em uma tentativa de apaziguar a relação entre o deputado e o governo. Aliados do alagoano também o tem aconselhado a não escalar o embate.

Parlamentares dizem que a crise tende a arrefecer e que não haverá “ruptura” de nenhum dos lados. O Executivo, na avaliação dos deputados, não tem como romper com Lira porque depende dele para manter a governabilidade. O presidente da Câmara, por sua vez, precisa fazer seu sucessor no comando da Casa, na eleição marcada para fevereiro de 2025, e a avaliação é de que ele não pode ir para o “tudo ou nada”.

A sessão do Congresso para analisar vetos de Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão foi adiada para a semana que vem. A expectativa é que o Senado aprove antes disso um projeto que muda o arcabouço fiscal e autoriza o governo a antecipar R$ 15 bilhões em despesas. Os deputados esperam que o Planalto use esse espaço no Orçamento para recompor cerca de R$ 3 bilhões das emendas de comissão, o que tende a “acalmar” o Parlamento.

Em reunião com líderes partidários nesta terça-feira, 16, Lira chegou a dizer que instalaria até cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), como revelou a Coluna do Estadão, mas a avaliação dos deputados é de que esse movimento não será mais imediato.

O presidente da Câmara também falou em criar um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, após uma série de ações do Supremo Tribunal Federal (STF) que miraram deputados, incluindo a prisão preventiva de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado pela Polícia Federal de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

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