IBGE diz que, pela primeira vez, renda mensal domiciliar per capita passa de mil reais no Estado
Esses indicadores consideram todas as origens de rendimento, ou seja, além dos provenientes do trabalho, há a categoria outras fontes, que é composta por aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada de não morador e outros rendimentos.
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A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos os trabalhos, que é calculado para as pessoas ocupadas de 14 anos ou mais, aumentou 6,5% em Alagoas, saindo de R$ 1.856 em 2022 para R$ 1.977 em 2023. Quando analisada a renda dos trabalhadores alagoanos com 14 anos ou mais pelo recorte do grau de instrução, os trabalhadores com ensino superior são os que detêm maior renda, R$ 4.208. Já os trabalhadores sem instrução tiveram renda de R$ 976.
No recorte por cor ou raça, brancos têm renda maior em Alagoas, com R$ 2.410. Já os negros tiveram renda de R$ 1.174. Contudo, o aumento na renda em um ano foi maior para a população negra, que teve avanço de 14,8%, ante 8,0% dos brancos.
Outro indicador revelado pela pesquisa é o percentual de domicílios com beneficiários do Programa Bolsa-Família. Em Alagoas, essa taxa é de 34,9%, a oitava maior do Brasil e a sexta do Nordeste.
Em nível nacional, no ano passado, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita chegou a R$ 398,3 bilhões, o maior valor da série histórica.
“O aumento considerável da massa de rendimento do trabalho em 2023, comparando com o ano anterior, se deve tanto à expansão da população ocupada quanto à elevação do rendimento médio do trabalho. Em 2023, em relação a 2022, tinha 4,0 milhões a mais de pessoas ocupadas com rendimento do trabalho. Com essa expansão, a massa de rendimentos do trabalho também superou o valor de 2019, até então o ano com o maior valor da série da PNAD Contínua”, explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
As pessoas que tinham algum rendimento de trabalho equivaliam a 46,0% da população residente no país em 2023, um aumento ante o ano anterior (44,5%).
Já 26,0% tinham alguma fonte de rendimento diferente do trabalho (outras fontes). Em 2022, essa proporção era de 24,4%.
O crescimento dessa parcela da população, que não ocorreu nos dois anos anteriores, influenciou o aumento do grupo com algum tipo de rendimento (64,9%), que atingiu o maior valor da série histórica.
Os pesquisadores observaram que os 10% da população com maiores rendimentos recebiam, em média, 14,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos. Esse valor se iguala ao registrado no ano anterior, o menor da série histórica da pesquisa.
“Com aumento significativo da ocupação e o pagamento de valores mais altos aos beneficiários do Auxílio Brasil em 2022, essa razão caiu para o menor valor da série, permanecendo assim em 2023, quando observamos um aumento considerável tanto da renda do trabalho quanto da renda proveniente de outras fontes, especialmente de programas sociais”, pontua o pesquisador.