BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira, 26, que o governo fará um balanço das ações feitas pela gestão federal até o momento e entregará aos deputados e senadores, sejam eles da base ou da oposição. Em meio à crise com o Congresso Nacional envolvendo uma “pauta-bomba”, o petista também disse que parlamentares podem continuar “acreditando no que quiserem”, mas têm a obrigação de saber o que acontece no País.
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O governo Lula enfrenta uma crise orçamentária com a possibilidade de aprovação de uma “pauta-bomba” na Câmara dos Deputados e Senado, deixando a relação entre o Executivo e o Legislativo cada vez mais fragilizada. Segundo cálculos do governo, projetos em tramitação podem gerar despesas adicionais de R$ 70 bilhões aos cofres públicos este ano.
A maior parte viria de um projeto patrocinado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na chamada PEC do Quinquênio. A medida concede um bônus a cada cinco anos de trabalho para integrantes do Judiciário e Ministério Público, com um custo estimado em R$ 40 bilhões.
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O governo negocia com presidente Pacheco e com relator da proposta, senador Eduardo Gomes (PL-TO), a possibilidade de alterar o texto da PEC no plenário da Casa, restringindo as categorias beneficiadas pelo adicional por tempo de serviço.
Durante evento em Minas Gerais, Lula ainda avaliou que ser presidente da República “não é difícil, é só você fazer o óbvio”. “Aquilo que você diz que sabe fazer antes da campanha, aquilo que você diz que vai fazer quando está em campanhas, tem que colocar em prática”, pontuou. A declaração expõe contradição à avaliação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em diversas oportunidades, falou sobre as dificuldades do cargo.