O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, que morreu nesta sexta-feira, 9, aos 99 anos, foi presença constante em grandes eventos esportivos ao longo das mais de sete décadas em que esteve ao lado da esposa. Seu time do coração não era conhecido — especula-se que o da Rainha seja o West Ham e o do filho Charles, o Burnley —, mas diversos registros fotográficos confirmam o entusiasmo do Duque de Edimburgo em estádios de futebol. Um dos eventos mais memoráveis ocorreu em pleno Maracanã, em um verdadeiro encontro de Majestades diante de mais de 100.000 súditos.
A seleção carioca, com seu tradicional uniforme azul, entrou em campo com Félix, Moreira, Brito, Leônidas e Paulo Henrique; Carlos Roberto, Gérson e Paulo César; Nado, Jair e Roberto; a paulista, com sua camisa listrada em preto e branco, com detalhes vermelhos na gola, jogou com Picasso, Carlos Alberto, Jurandir, Dias e Rildo; Clodoaldo, Rivelino e Pelé; Paulo Borges, Toninho e Abel.
Diante das presenças ilustres nas cadeiras de honra do Maracanã, Pelé marcou o seu, o 900º de sua carreira (o milésimo viria no ano seguinte, no mesmo estádio, contra o Vasco). A seleção paulista venceu o jogo por 3 a 2: Toninho e Carlos Alberto Torres marcaram os outros gols, enquanto Roberto e Paulo Cezar Caju, colunista de PLACAR e então ídolo do Botafogo, descontou para os anfitriões.
Com a vitória, deu-se o tão aguardado encontro entre Pelé e Elizabeth, com Philip e o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, ao lado. Ao ser apresentada ao camisa 10, a Rainha teria dito, segundo os jornais da época. “Eu sei. Já o conheço de nome e me sinto muito feliz em cumprimentá-lo.”
Esta, no entanto, não foi a primeira presença de Philip em um estádio brasileiro. Seis anos antes, em 1962, desta vez sem a presença da esposa, o duque de Edimburgo assistiu à partida entre Santos, de Pelé, e Palmeiras, no Pacaembu. Mesmo não sendo um grande fã de futebol, ele certamente curtiu o espetáculo: 5 a 3 para o Peixe, com dois gols do Rei.