Imóveis vêm apresentando rachaduras; levantamento técnico tem início a partir desta quinta
TNM/Por Jobison Barros com informações da assessoria
Demolição de prédios e casas nos bairros atingidos pelo afundamento do solo continua para evitar a reocupação
FOTO: AILTON CRUZ
A maior crise ambiental provocada por atividade de mineração em área urbana do país, que afeta os bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro, em Maceió, pode ser ainda mais séria do que já foi revelado até agora. Isto porque, segundo uma nota técnica do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), datada de abril passado e obtida, com exclusividade, pela Gazeta, a Braskem não disponibilizou equipamentos adequados que garantam precisão no monitoramento de eventuais abalos, afundamento ou o surgimento de fissuras em suas 35 minas, de forma antecipada a evitar perda de vidas.
A empresa é apontada como responsável pela retirada de sal-gema da região e posterior colapso do solo.
A gravidade dessa informação se soma à divulgada na Gazeta de Alagoas, no final de semana, e na Gazetaweb, nessa terça-feira (14), de que a empresa desconhece a situação real de, pelos menos, cinco minas e os riscos que oferecem para os imóveis e terrenos acima delas.
O documento é parte de dados obtidos por meio da Associação dos Empreendedores do Bairro do Pinheiro. De acordo com o presidente da entidade, o jornalista e empresário Alexandre Sampaio, foi com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) que ele conseguiu as informações. Para isso, teve que provocar a Advocacia Geral da União (AGU), que, prontamente, atendeu a entidade.
Durante os trabalhos, as equipes da Defesa Civil de Maceió podem entrar em casas cujo atendimento não foi solicitado ou agendado. “Estaremos nesta quinta-feira, na Rua Tenente Antônio de Oliveira, no Farol, com todos os profissionais identificados com o colete da Defesa Civil e em carro plotado. Estamos com agendamento para analisar os imóveis cujos proprietários solicitaram vistoria e pode haver necessidade de analisar casas vizinhas para entender o problema e colher informações necessárias para o trabalho”, destacou o engenheiro civil do Cimadec, Dayvisson Rodrigues.
A investigação para saber se o fenômeno tem relação com o problema identificado no Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias levará em consideração os levantamentos de campo e os dados de monitoramento.
Os dados serão ainda compartilhados com a CPRM, órgão federal que dá suporte nas ações de monitoramento realizadas pela Defesa Civil de Maceió, para que sejam analisados e, por fim, emitido um parecer.