Em live da IstoÉ, Maia critica Weintraub e destaca Reformas: ‘Nós gastamos muito’

Maia deu sua opinião sobre a repercussão da reunião ministerial e a operação deflagrada contra as fake news. Conflitos entre os Poderes

Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) | Twitter

Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade, Termos)

TNM/Por Vinicius Moreira

No segundo mandato como presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi o convidado desta sexta-feira (29) para live da IstoÉ.

O deputado revelou como está sendo o trabalho da Câmara no combate à Covid-19, a relação entre os Poderes e principalmente como está o andamento das Reformas no Congresso. Além disso, Maia deu sua opinião sobre a repercussão da reunião ministerial e a operação deflagrada contra as fake news.

Conflitos entre os Poderes

O presidente da Câmara fez questão de frisar que seu foco está no combate à pandemia e que todos os esforços estão sendo feitos nesse sentido. No entanto, o parlamentar explicou que os embates entre os Poderes em meio à crise sanitária prejudica não só presente como o pós-pandemia.
“Tudo isso vai gerando uma grande insegurança na sociedade, uma grande insegurança dos investidores.

A gente sabe que o Brasil é um País pobre, um País com pouca poupança interna. Nós dependemos muitos dos investidores externos, principalmente no segundo momento, quando o Brasil vai precisar recuperar sua economia”.

Maia destacou ainda que a relação da dívida PIB (Produto Interno Bruto) que estava em 75%, posteriormente vai atingir quase 100%.
“Nós vamos ter um momento muito difícil, com a perda de muitas vidas. E na hora que a gente [Brasil] vai precisar crescer 3 ou 4% ao ano para se recuperar dessa crise. Nós vamos correr o risco do Brasil crescer novamente 1%. Com um custo ainda maior para os brasileiros”, completou.

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Pedidos de Impeachment contra Bolsonaro

Questionado sobre os processos de impeachment do presidente enviado para Câmara, Rodrigo frisou que em um momento adequado a Câmara irá avaliar se houve ou não crime de responsabilidade de Bolsonaro.
“Primeiro, a nossa prioridade é salvar vidas e garantir emprego e renda. Segundo, que esse é um processo político, que precisa ser avaliado com muito cuidado e com muita isenção. O presidente da Câmara na hora de decidir sobre um processo de impeachment ele é um juiz. Então não cabe ao presidente ter opinião sobre esse tema”.

Perguntado sobre o tom das declarações da família Bolsonaro em relação ao trabalhos dos demais poderes, Maia disse que considera que há um extremismo e que as instituições competentes devem analisar se cabe punição;
“O STF tem trabalhando de forma independente, o Congresso tem trabalhado de forma independente.

Desde o ano passado eu fui alvo deles [família Bolsonaro], nunca mudei minha postura de respeito ao presidente, mas sempre pautando a Câmara com aquilo que eu e os líderes achamos o caminho adequado”.

Centrão

Sobre a aproximação de Bolsonaro com partidos do chamado “Centrão” no Congresso, Maia entende que a ação seja natural e dentro dos padrões democráticos.
“As relações entre o Legislativo e o Executivo elas precisam existir de forma transparente, é legítimo que o governo tente constituir uma base. A Dilma tinha base, então o problema não é uma base. A gente precisa ter clareza que esse é um processo político”, explica Maia.

Fake news

Em relação a operação contra as fake news deflagrada nesta semana, o deputado federal disse que o assunto o “precisa de uma solução”.
“Nós precisamos responsabilizar aqueles se utilizam de fake news e as plataformas que muitas vezes são instrumentos através de robôs para divulgação e disseminação do ódio. Ninguém suporta mais tantas informações erradas”.

Além disso, o parlamentar relatou que a CPMI das Fake News está em andamento no Congresso e citou a importância da convergência da investigação com a operação contra suspeitos de disseminar notícias falsas nas redes sociais feita pela Polícia Federal.
“É importante para que a gente conheça os mecanismos que viralizam o ódio e disseminam informações falsas para que a gente possa construir uma Lei, que de fato puna e responsabilize não apenas as plataformas, mas aqueles que trabalham com informações falsas no nosso País”.

Reformas

A respeito das Reformas, Maia disse que em algumas semanas a Comissão mista deve voltar a discutir a Reforma Tributária. Já a Administrativa, o presidente disse que “estamos esperando o governo encaminhar. Essa é uma atribuição e responsabilidade do governo”.
“Lembrando que dos R$ 200 bilhões de gasto de pessoal, R$ 180 são do Poder Executivo, R$ 25 Poder Judiciário e R$ 5 Congresso Nacional.

Então, nós precisamos que o governo federal mande a sua proposta, que representa a grande maioria da Reforma Administrativa”, ressaltou Maia.
“Precisamos melhorar a qualidade do gasto, reduzir o gasto médio que é muito alto em relação a salários do setor privado. Mas, principalmente como eu sempre digo a melhoria do gasto público. Nós gastamos muito!”, completou.

Reunião Ministerial

Um dos assuntos mais debatidos nos últimos dias foi a reunião entre o presidente Bolsonaro e seus ministros no último dia 22 de abril. O deputado filiado ao Democratas criticou, principalmente, o atual ministro da Educação, Abraham Weintraub.
“Um homem com essas qualidades não podeira ser ministro de pasta nenhuma, muito menos da Educação.

É um drama para o Brasil, com toda a crise que a gente tem, ainda temos um ministro desqualificado como esse”, critico.

Sobre os planos políticos futuros, Rodrigo disse que pretende encerrar seu mandato como presidente da Câmara da melhor forma e que no momento está focado apenas no combate à pandemia.

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