Rainha Elizabeth sem dinheiro? Relatório de finanças reais não é animador

A crise do coronavírus está afetando as finanças da rainha Elizabeth II e pode colocar em risco até os planos de reparos modernização dos castelos e propriedades reais.
TNM/Da Redação

A crise do coronavírus está afetando as finanças da rainha Elizabeth II e pode colocar em risco até os planos de reparos modernização dos castelos e propriedades reais.

Segundo o relatório de finanças reais divulgado em matéria na revista People, as receitas relativas a visitas de turistas a castelos e promoção de eventos devem cair cerca de US$25 milhões, nos próximos anos. A queda entra no déficit da empresa pública Crown State que gerencia o conjunto de castelos, demais propriedades reais na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.

E é dos lucros da Crown State que partem o dinheiro utilizado para custear os deveres oficiais, viagens da rainha, sua família, gastos com segurança, funcionários e de manutenção dos castelos e com as propriedades que abrigam a família real.

Esses recursos levam o nome de Subsídio ao Soberano e são fixados em 15% do lucro da Crown State, que correspondem a US$ 63 milhões, segundo a People. No entanto, como desde 2017, ficou acordado um programa de reformas dos castelos ao custo US$470 milhões divididos em 10 anos, a taxa de subsídio subiu para 25%.

Mas com as receitas em queda, a família real talvez precise economizar para dar conta de bancar as reformas nos próximos sete anos.

Mais Lidas

Diretor financeiro da Rainha alertou que o balanço Real enfrenta um déficit potencial de US$ 45 milhões© Reprodução/Forbes Diretor financeiro da Rainha alertou que o balanço Real enfrenta um déficit potencial de US$ 45 milhõesFamília Real deu a entender que vai apertar o cinto nos próximos anos, depois de revelar o impacto da pandemia em sua receita e no custo das viagens reais para as finanças de 2019-2020. O diretor financeiro da Rainha alertou que o balanço Real enfrenta um déficit potencial de US$ 45 milhões, uma vez que o impacto da pandemia de Covid-19 afetou os gastos da realeza.

Ontem (24), durante um briefing antes da divulgação oficial das contas, Sir Michael Stevens, Guardião do Tesouro Privado (o nome oficial do diretor financeiro da Rainha) alertou sobre um significativo buraco negro de US$ 25,4 milhões para chegar aos US$ 468 milhões necessários para completar a grande reforma de dez anos do Palácio de Buckingham.

VEJA TAMBÉM: Meghan sentiu-se “desprotegida” pela família real britânica durante gravidez

Uma “redução significativa na receita” de visitantes a marcos reais como o Castelo de Windsor cortará US$ 6,3 milhões “por ano nos próximos três anos” da receita estimada, o que provoca um déficit total previsto para US$ 44,5 milhões. No entanto, Stevens deixou claro em um comunicado que a família real “não tinha intenção de pedir financiamento extra”, apesar dos desafios causados ​​pela pandemia.

O custo RealO relatório fornece ao contribuinte do Reino Unido a chance de ver exatamente quanto eles pagam por sua Realeza, por meio do Fundo Soberano, conhecido como Sovereign Grant, um bônus em dinheiro de parte da renda paga ao governo britânico pelo Queen’s Crown Estate, um portfólio de propriedades avaliadas em US$ 17 bilhões.

Em 2019-2020, o Fundo Soberano central de US$ 62,2 milhões para as viagens oficiais da Família Real, manutenção da propriedade e custos operacionais, colocam o custo da Rainha e da Família Real em US$ 0,94 por cidadão do Reino Unido, segundo o arquivo de contas.

A receita necessária para complementar o fundo saltou para US$ 25,7 milhões de US$ 22,7 milhões no ano anterior, o que eleva as despesas oficiais totais atendidas para US$ 88,5 milhões, contra US$ 85,4 milhões no ano anterior. Outros US$ 27 milhões estão sendo gastos na renovação do Palácio de Buckingham como parte de um projeto de uma reforma de dez anos de US$ 468 milhões, no total.

O fundo é financiado pelos lucros do Crown Estate, um portfólio real de propriedades e terras que inclui algumas das ruas mais conhecidas de Londres. O Crown Estate direciona seus lucros ao Tesouro em benefício de todos os contribuintes do Reino Unido. A família real então recebe uma porcentagem da renda do Crown Estate de volta do governo britânico por meio do Fundo Soberano.

As viagens mais carasCom a cobertura do fundo para as obrigações reais no exterior, as viagens mais caras relatadas no relatório incluíram a viagem de Harry e Meghan à África, com custo de US$ 313 mil, enquanto a viagem do Príncipe Charles a Omã, após a morte do Sultão Qaboos bin Said, saiu por US$ 267 mil.

E AINDA: Por dentro da fortuna de US$ 500 mi da rainha Elizabeth

O príncipe Andrew, o duque de York, que encara convocações do FBI para falar sobre sua amizade com o financista condenado por abuso sexual Jeffery Epstein, gastou pouco menos de US$ 20 mil em um vôo fretado para a Irlanda do Norte para participar do campeonato de golf do Royal Portrush Golf Club.

O relatório contabiliza gastos até 31 de março de 2020, o que significa que os números publicados não incluem nenhum dos custos significativos relacionados à pandemia. Na semana passada, o valor do Crown Estate, que administra áreas do West End de Londres e da Inglaterra rural para a Rainha e o governo britânico, viu o valor de sua carteira de propriedades ser reduzido em US$ 716 milhões após o isolamento social causado pela pandemia Covid-19 do Reino Unido.

Preparado para os custos associados à pandemia e perdas de receita, no relatório da semana passada, o Crown Estate anunciou que vai escalonar seus pagamentos ao Tesouro neste ano em um “processo em etapas”, no qual o valor de US$ 447 milhões será dividido. A primeira parcela de US$ 113 milhões foi paga em julho ao Tesouro do Reino Unido, “com novos pagamentos a seguir conforme as condições comerciais melhoram”.

O comentarista de assuntos da Família Real David McClure disse à Sky News que, embora “as pessoas estejam com um pouco de pena do palácio pelo grande buraco negro financeiro por conta da Covid”, na verdade a realeza recebeu um aumento na renda acima da inflação durante a última década. Sobre o aumento dos custos do Fundo Soberano, ele acrescenta: “Subiu dois terços nos últimos nove anos e se você olhar para a inflação, ela subiu apenas 20%”.

Em maio de 2019, a Forbes estimou o patrimônio líquido pessoal da rainha em US$ 500 milhões, enquanto o valor combinado das participações da Monarquia Britânica com o Crown Estate, o Ducado de Lancaster (um fundo imobiliário), valia cerca de US$ 25

Veja também: