A resposta sutil do embaixador americano à ameaça de Bolsonaro

Todd Chapman, publicou na sua rede social uma homenagem aos fuzileiros navais americanos pela passagem do aniversário de criação da maior força naval do mundo. Na homenagem postada pelo embaixador, há ilustrações com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Blog do Bob

Embaixador Todd Chapman

Menos de 5 horas após o presidente Jair Bolsonaro ameaçar os Estados Unidos, o embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman, publicou na sua rede social uma homenagem aos fuzileiros navais americanos pela passagem do aniversário de criação da maior força naval do mundo.

Na homenagem postada pelo embaixador, há ilustrações com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Bolsonaro, numa solenidade que nada tinha a ver com política internacional, abriu uma brecha no seu discurso para dizer, referindo-se ao presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que ”esgotada a saliva, só tinha a pólvora”.

Vejam o que disse o Bolsonaro:

-“Assistimos há pouco aí um grande candidato a chefia de estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? Que quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem”.

Entre os militares brasileiros, a fala do presidente repercutiu mal. Bolsonaro tem-se mostrado agitado e transtornado depois da derrota de Donald Trump e também o resultado de eleições nos países vizinhos, como na Argentina e na Bolívia.

Mas, a ameaça que fez aos Estados Unidos está servindo de chacota. Várias piadas nas redes sociais tem irritado ainda mais o presidente brasileiro, que não se conteve e chegou a dizer a um dos apoiadores que se reúnem à saída do Palácio da Alvorada, que ”estava enfrentando muitas dificuldades”.

Nada mais natural para quem está há quase dois anos fomentando a discórdia, atacando as instituições republicanas, ameaçando os poderes constituídos e completamente perdido na presidência do país.

Quem semeia ventos, colhe tempestade.

Veja também:

TNM/Por G1 — Brasília


Após Bolsonaro falar em 'pólvora', embaixador americano exalta o poderio militar dos EUA
Após Bolsonaro falar em ‘pólvora’, embaixador americano exalta o poderio militar dos EUA

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, postou nas redes sociais na noite desta terça-feira (10) uma homenagem ao aniversário do corpo de fuzileiros navais norte-americano. No vídeo, publicado horas após Bolsonaro falar em “pólvora” para defender a Amazônia, Chapmann exaltou o poderio militar dos EUA e a presença dos fuzileiros navais em vários países, inclusive no Brasil.

O aniversário dos fuzileiros navais dos Estados Unidos é comemorado em 10 de novembro. Esta quinta (11) é o feriado comemorativo do Dia dos Veteranos.

Trecho do vídeo postado pelo embaixador Todd Chapmann mostra fuzileiros navais dos Estados Unidos no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução

Trecho do vídeo postado pelo embaixador Todd Chapmann mostra fuzileiros navais dos Estados Unidos no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução

Bolsonaro fez a declaração sobre a “pólvora” durante discurso em um evento no Palácio do Planalto sobre turismo.

Sem citar o nome de Joe Biden, Bolsonaro fez referência ao fato de o presidente eleito dos EUA ter dito, em um debate na campanha eleitoral, que o país poderia aplicar sanções econômicas ao Brasil caso a destruição da Floresta Amazônica não fosse contida.

No discurso, Bolsonaro afirmou que uma situação dessas não se resolve só na “saliva”: “Tem que ter pólvora”.

O vídeo em homenagem aos fuzileiros navais não cita o discurso de Bolsonaro. Na postagem, o embaixador escreveu que a atuação do corpo militar permite “construir com segurança uma relação bilateral mais forte com o Brasil”.

Comentário de embaixador mostra que EUA estão atentos ao que ocorre no Brasil

 

 

–:–/–:–

 

Comentário de embaixador mostra que EUA estão atentos ao que ocorre no Brasil

O vídeo mostra os fuzileiros navais norte-americanos em locais emblemáticos do Brasil, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O embaixador ressaltou que o corpo militar atua na segurança da embaixada norte-americana e dos consulados dos EUA.

A homenagem postada por Chapmann diz que o corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos é o maior do mundo e está sempre pronto para atacar.

“Fundado em 1775, o Corpo de Fuzileiros Navais do Estados Unidos é o maior do mundo. Estão sempre de prontidão para responder de forma rápida, seja por terra, ar ou mar”, diz um trecho do vídeo.

Procurada pela manhã, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou que é comum aos norte-americanos a homenagem aos fuzileiros. Classificou como “coincidência” o fato de a postagem ter sido feita no mesmo dia do discurso de Bolsonaro. Embaixadas norte-americanas em outros países também fizeram publicações em referência à data em redes sociais.

A interpretação equivocada de que o vídeo da embaixada teria sido uma resposta a Bolsonaro levou a representação diplomática dos EUA a explicar a coincidência.

Em uma nova postagem em rede social, o embaixador norte-americano disse que Brasil e EUA compartilham “uma parceria vibrante” há mais de dois séculos e lançaram um diálogo na área ambiental nesta terça-feira (10) para proteger tesouros naturais.

Vídeo do embaixador dos Estados Unidos também mostra fuzileiros navais norte-americanos no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília — Foto: Reprodução

Vídeo do embaixador dos Estados Unidos também mostra fuzileiros navais norte-americanos no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília — Foto: Reprodução

Veja também: