Em nota de repúdio, entidades destacam ausência de autonomia administrativa do Porto de Maceió

As entidades envolvidas na atividade portuária em Maceió elaboraram uma nota de repúdio contra a modelo adotado pela administração e ausência de autonomia. A nota, endereçada a representantes políticos alagoanos, foi assinada por empresários e trabalhadores do Porto de Maceió. 

Foto: portodemaceio.com Porto de Maceió

As entidades envolvidas na atividade portuária em Maceió elaboraram uma nota de repúdio contra a modelo adotado pela administração e ausência de autonomia. A nota, endereçada a representantes políticos alagoanos, foi assinada por empresários e trabalhadores do Porto de Maceió.

Nelas destacada a ausência de autonomia nas decisões da administração do Porto, que é ligado administrativamente a uma  entidade portuária congênere, sediada em Rio Grande do Norte.

“A incompetência do almirante forasteiro que, há um ano, comanda o porto de Maceió atingiu, nesta semana, unanimidade histórica, unindo trabalhadores e empresários numa Nota de Repúdio, que expressa todo o descontentamento resultante das trapalhadas promovidas pelo vigilante e inexperiente  gestor”, acrescentaram as entidades em notas.

Leia nota na íntegra: 

Aos Excelentíssimos Senhores:

Deputado Federal Arthur Lira – Presidente da Câmara dos Deputados
Deputada Federal Tereza Nelma – Líder da Bancada Federal de Alagoas Governador Renan Filho – Estado de Alagoas
Deputado Estadual Marcelo Victor – Presidente da Assembleia Legislativa de AL Prefeito João Henrique Caldas – Município de Maceió
Vereador Galba Novaes Netto – Presidente da Câmara de Vereadores de Maceió Líderes dos Setores Produtivo, Comercial e de Serviços do Estado de Alagoas

NOTA DE REPÚDIO

O Porto de Maceió é uma instituição pública federal e seus 80 anos de história estão fortemente presentes na formação e no desenvolvimento econômico do Estado de Alagoas.

Todavia, mesmo sendo o único porto público do estado, por onde são exportadas todas as safras de açúcar alagoano, além da movimentação de tantas outras importantes mercadorias, há 30 anos, pasmem, se aguarda por uma solução capaz de pôr fim à estranha e constrangedora subordinação do Porto de Maceió a outra entidade portuária congênere, sediada na capital do Rio Grande do Norte.

Até hoje, por incrível que pareça, quem comanda o Porto de Maceió é nomeado em Natal-RN, e, sobretudo agora, trabalha-se intensamente para concentrar nossos negócios, nossas decisões estratégicas, nossos projetos de desenvolvimento e nossos recursos financeiros na dita matriz, a quase 600 km daqui. Uma afronta inominável à nossa capacidade decisória e à própria soberania de Alagoas.

Sem que uma voz ativa sequer tenha se levantado, até então, para extirpar essa verdadeira excrescência organizacional, concebida em 1990, de nossa realidade, diversas categorias de trabalhadores e demais usuários do Porto de Maceió assistem, perplexas, neste momento, a uma sucessão de equívocos gerenciais, calcados em posturas anacrônicas, que têm rendido lamentáveis matérias na mídia local, por força da violação de pressupostos sanitários e ambientais de triste repercussão.

Portanto, já está mais do que na hora de se devolver, jurídica e politicamente, o Porto de Maceió aos alagoanos. Não precisamos da permanência de tutores, mensageiros ou de amigos do rei para nos dizer o que fazer ou nos cobrar resultados. O tratamento colonial que nos querem impor, e agora de forma definitiva, é degradante demais e totalmente incompatível com as reais necessidades da economia do Estado de Alagoas.

Necessitamos, isso sim, de autonomia, de profissionalismo, de compromisso e respeito no trato de nossos legítimos interesses, nossos empregos e de nosso patrimônio público construído ao longo de anos de lutas e sacrifícios compartilhados, em diferentes matizes, por todo o povo alagoano.

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