Ministério da Economia pede que Bolsonaro negue nova prorrogação para declaração do Imposto de Renda

Até a manhã desta quarta-feira, a Receita recebeu 17,701 milhões de declarações do IR.

© Marcello Casal Jr/Agência Brasil Até a manhã desta quarta-feira, a Receita recebeu 17,701 milhões de declarações do IR.
TNM/Eduardo Rodrigues

Ministério da Economia informou nesta quarta-feira, 5, que recomendou ao presidente Jair Bolsonaro o veto ao projeto de lei que adia o prazo para envio das declarações de Imposto de Renda de Pessoas Físicas para 31 de julho, bem como o pagamento da primeira cota do imposto.

A equipe econômica alerta que a prorrogação do prazo original era 30 de abril e, por causa da pandemia de covid-19, Receita Federal já adiou a data limite para 31 de maio. No ano passado, pela mesma razão, o governo ampliou o prazo para envio dos documentos de 30 de abril para 30 de junho.

No pedido de veto ao projeto de lei 639, aprovado pelo Congresso no dia 13 de abril, o ministério alega que o adiamento por mais tempo que o já permitido pelo Fisco teria impacto na arrecadação da União e dos governos regionais e poderia, inclusive, impedir pagamento de “importantes programas sociais para o enfrentamento do efeito da pandemia”. Esta quarta-feira é o último dia para Bolsonaro se posicionar sobre o assunto.

A equipe econômica alerta que a prorrogação do prazo para o pagamento do imposto devido com a manutenção do cronograma de restituições teria como consequência um fluxo de caixa negativo para a Receita Federal.

“Esta diferença negativa afetaria, por exemplo, programas emergenciais implantados pelo governo federal para preservar atividades empresariais e manter o emprego e a renda dos trabalhadores, e a programação de pagamento do auxílio emergencial de 2021. Da mesma forma, Estados e municípios teriam redução considerável nos recursos destinados aos fundos de participação que subsidiam, entre outros, gastos com saúde para o combate à pandemia”, argumentou a pasta.

O ministério considera ainda que não há motivos para ampliar mais prazo para envio das declarações e o pagamento do IRPF. De acordo com o Fisco, foram entregues 14,7 milhões de declarações entre 1 e 22 de abril, volume superior ao do mesmo período de 2020 e em linha com o registrado em anos anteriores. Até as 11h desta quarta, a Receita recebeu 17,701 milhões de declarações, de um total de 32,619 milhões que espera receber este ano.

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