Voto impresso é mesmo exigência das milícias?

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e, em mais uma bravata, ameaçou não reconhecer o resultado da eleição no ano que vem caso, obviamente, não se reeleja.

Charges de Zé Dassilva

Bolsonaro está vendo o resultado das pesquisas de intenção de votos desfavoráveis a ele se confirmarem na prática, com a brusca redução de seguidores nas suas redes sociais.

Mas, a exigência do voto impresso é mesmo das milícias que dominam mais da metade das regiões do Rio de Janeiro? Há quem diga que sim, essas milícias são todas bolsonristas.

O dado concreto dessa preocupação é o resultado da eleição para vereador do Rio de Janeiro, no ano passado, quando Carlos Bolsonaro perdeu a posição de campeão de votos para o vereador do Psol Tarcísio Mota.

Em 2016, o filho do presidente obteve 106 mil e 657 votos; na eleição do ano passado caiu para 71 mil votos, perdendo a primeira posição para o vereador do Psol, que obteve 86 mil 243 votos e ficou no primeiro lugar.

As milícias que controlam os crimes especialmente na região Oeste do Rio e são todas bolsonaristas, exigem a impressão do voto para ameaçar os eleitores. Mas, a impressão do voto é inconstitucional porque quebra o sigilo do sufrágio.

Ou seja, o voto impresso só interessa a quem quer ameaçar o eleitor, retirando-lhe o direito à livre manifestação. Caso a bancada bolsonarista no Congresso nacional aprove o voto impresso, é imperioso entrar com ação no Supremo Tribunal Federal pedindo que decreta a sua inconstitucionalidade devido a quebra do sigilo do sufrágio.

A alegação de que o voto eletrônico não é seguro é mentirosa e só interessa a quem pretende ameaçar o eleitor.

Em tempo: na eleição em 1995, no Rio de Janeiro, encontraram cédulas falsas colocadas nas urnas em nome de candidatos a deputados federais, entre eles, Jair Bolsonaro, segundo denunciou o Jornal do Brasil.

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