Perguntado se a Força monitora possível tentativa de ruptura democrática ou se teme algum tipo de convulsão social, declarou que não comentaria sobre “a política interna” do país.
“Eu não comento a respeito da política interna neste presente momento”, disse.
Falou a jornalistas em uma comunidade rural em Castanho (AM), onde assistiu à última etapa da Operação Amazônia — sobre o maior exercício de defesa externa já realizado pelo Comando Militar.
O Poder360 acompanha desde 2ª feira (30.ago), in loco, os trabalhos do CMA (Comando Militar da Amazônia). Leia mais sobre a operação e veja fotos captadas pelo repórter fotográfico Sérgio Lima no fim do post.
Com um efetivo de 3.800 militares espalhados por diferentes localidades do Amazonas, de Rondônia, de Roraima e do Acre, a Operação Amazônia busca simular um contexto de conflitos armados e guerra híbrida com outras nações.
A tropa simula nos últimos 5 meses o ataque de 2 países “progressistas” que se uniram para invadir a Amazônia.
“Não podemos passar 1 minuto sequer sem defender o nosso querido Brasil. A Amazônia brasileira mais do que nunca, pela característica dela, pelas riquezas”, afirmou o general.
“A gente pode passar uma vida sem entrar em combate — e é o que queremos: a paz —, mas não podemos descuidar dessa segurança”, afirmou o general.
General Paulo Sérgio — que tomou posse em 20 de abril e sucedeu Edson Leal Pujol — restringiu-se a essa declaração sobre o assunto e não comentou sobre as mais recentes falas do presidente Jair Bolsonaro, comandante das Forças Armadas, acerca da manifestação.
O chefe do Executivo afirmou na última 3ª feira (31.ago) que o Dia da Independência, em que há manifestações pró-governo marcadas, será “um momento ímpar para o futuro do Brasil”. Será o momento, disse, de se tornar “independente para valer”.
“Creio que chegou a hora de nós, no dia 7, nos tornarmos independentes para valer. E dizer que não aceitamos que uma ou outra pessoa em Brasília queira impor a sua vontade. A vontade que vale é a vontade de todos vocês. Vocês estarão mostrando no próximo dia 7 que quem manda no Brasil são vocês”, declarou em Uberlândia (MG), onde participou de uma motociata.
O Ministério da Defesa enviou em 2 de agosto um comunicado aos comandos das 3 Forças (Aeronáutica, Exército e Marinha) com a informação de que não haveria desfile de tropas e carros em 7 de setembro.
A pasta chefiada pelo general Walter Braga Netto afirmou na nota que não havia previsão de evento oficial em Brasília. A tradicional cerimônia da Esplanada dos Ministérios não deveria acontecer, disse a Defesa, em razão da pandemia de covid-19.
Em paralelo, Bolsonaro confirmou presença em 2 atos previstos para a data. Discursará na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, de manhã e na Avenida Paulista, em São Paulo, à tarde. O presidente espera reunir uma multidão de apoiadores.
OPERAÇÃO AMAZÔNIA
O maior exercício de defesa externa já realizado pelo Comando Militar da Amazônia envolve a combinação de ações de resistência, ofensivas, defensivas e contra-forças irregulares.
O treinamento dura 5 meses. Nesta 3ª feira (31.ago), o Exército chegou à etapa final da edição de 2021.
Participaram do encerramento o comandante do Exército, general Paulo Sérgio, o comandante do CMA, general Manoel Teophilo Gaspar de Oliveira Neto, integrantes do Alto Comando e jornalistas que participam do ECAM (Estágio para Correspondentes de Assuntos Militares) do Exército.
São utilizados na Operação Amazônia — assim como em diversas outras ações conduzidas pelo Exército (Operação Covid, Operação Acolhida), múltiplos modais de transporte.
São empregadas aeronaves militares e civis, balsas, embarcações regionais e ferry-boats, além de veículos e viaturas especiais.
A última fase da simulação conta com veículos blindados, viaturas, helicópteros, embarcações e peças de artilharia. O general Paulo Sérgio acompanhou na manhã desta 3ª feira realização de tiro real do Sistema de Lançamento de Foguetes Astros.
O Poder360 prepara material audiovisual sobre a Operação Amazônia. Será publicado no canal do YouTube do jornal digital.
- O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, foi questionado sobre as manifestações de 7 de setembro, marcadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em várias cidades do país.
60